Economia

Vendas do varejo registram elevação de 7,7% em setembro no Estado

Vendas do varejo registram elevação de 7,7% em setembro no Estado
Semana do Brasil pode ter sido um dos fatores que contribuíram para aquecer as vendas no mês - CREDITO:ALISSON J. SILVA

O comércio de Minas Gerais teve o maior avanço do Brasil na passagem de agosto para setembro, na série com ajuste sazonal, atingindo 7,7%, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Logo após, vieram Rondônia (6,3%) e Espírito Santo (4%). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o Estado também apresenta crescimento, de 6,4%.

O economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, destaca que setembro é relativamente morno no comércio. Contudo, ele lembra que, neste ano, o mês contou com a Semana do Brasil, iniciativa do governo federal que promoveu uma série de descontos em lojas físicas e virtuais em todo o País, o que pode ter contribuído com o aumento do índice.

“Já quando se trata da comparação com setembro do ano passado, podemos destacar as condicionantes mais favoráveis atualmente, como taxas de juros mais baixas, por exemplo. Assim, há o estímulo ao crédito, que é um dos principais motores do consumo familiar”, ressalta ele.

O economista-chefe da Fecomércio-MG afirma que é esperado que os bons números permaneçam nos próximos meses, lembrando, ainda, que a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também contribui para que as famílias possam regularizar a situação financeira e retomar o consumo.

Guilherme Almeida ressalta, porém, que não necessariamente os indicadores mais positivos nesse momento apontam para um cenário de mais crescimentos expressivos no longo prazo, já que algumas medidas, como a do FGTS, são pontuais.

Já quando o assunto é a variação acumulada do ano, Minas Gerais teve um incremento de 0,2% e na variação acumulada de 12 meses, recuo de 0,5%, ainda segundo os dados divulgados pelo IBGE.

Setores – A pesquisa da entidade revela ainda que, na comparação de setembro deste ano com o mesmo período de 2018, o destaque para o comércio varejista ficou por conta do setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com avanço de 26,2%.

“Esse é um dado interessante de analisar, pois engloba o consumo de dois agentes: as empresas e as famílias”, diz Guilherme Almeida, que complementa, ainda, que os bons números podem ter sido encabeçados por uma maior demanda empresarial.

Os outros destaques são outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,8) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,1%). O único segmento que apresentou redução, em termos de magnitude, em relação a setembro do ano passado, foi o de livros, jornais, revistas e papelaria (-19,8%).

Já no comércio varejista ampliado, tantos o segmento de veículos, motocicletas, partes e peças quanto o de material de construção tiveram avanços. O crescimento foi de 23,8% e 6%, respectivamente.

Brasil tem setembro mais forte em dez anos

Rio de Janeiro/São Paulo – As vendas no varejo do Brasil aumentaram de forma generalizada em setembro, registrando o melhor resultado para o mês em dez anos, e terminaram o terceiro trimestre com ganhos e apontando recuperação do setor. Em setembro, o volume de vendas subiu 0,7% na comparação com agosto, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse é o resultado mais forte para setembro desde o ganho de 1,1% visto em 2009, além de marcar o quinto dado mensal seguido positivo.

Na comparação com setembro de 2018, as vendas subiram 2,1%, sexta taxa consecutiva no azul. Com esses resultados, o terceiro trimestre terminou com alta de 1,6% das vendas sobre os três meses anteriores, depois de ganho de 0,1% no segundo trimestre e estagnação no primeiro.

“O resultado de setembro confirma uma recuperação do varejo. O comércio apresenta um dinamismo maior até que a conjuntura”, explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, citando como influências para o resultado positivo a liberação do FGTS, promoção da chamada Semana do Brasil, ao estilo Black Friday, e mais dias úteis no mês este ano.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanços de 0,7% na comparação mensal e de 2,35% sobre um ano antes.

Sete das oito atividades pesquisadas no mês tiveram ganhos. As vendas de Móveis e eletrodomésticos subiram 5,2%; enquanto as de Tecidos, vestuário e calçados avançaram 3,3%, sendo os destaques no resultado.

A única taxa negativa foi vista em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com uma queda de 2,0% nas vendas.

Varejo ampliado – No varejo ampliado, a alta nas vendas foi de 0,9% em setembro, com Material de Construção subindo 1,5% e Veículos avançando 1,2%.

Ao mesmo tempo em que o País apresenta juros e inflação baixos, o mercado de trabalho fraco ainda pressiona o poder de compra dos trabalhadores, o que ainda levanta cautela.

“Para falar em uma recuperação consolidada ainda precisamos esperar mais uns meses. Há um dinamismo mais forte, mas a conjuntura ainda não é tão favorável, com muita informalidade no mercado de trabalho que impede a renda de crescer e afeta a demanda”, acrescentou Isabella Nunes. (Reuters)

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