Intenção de compras para o Natal anima comerciantes

Às vésperas do pagamento da primeira parcela do 13º salário e a menos de um mês do Natal, consumidores e comerciantes se animam para a data mais esperada do ano pelo varejo. De acordo com pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), a maioria dos belo-horizontinos (67,7%) deve dar presentes neste Natal, principalmente a familiares (79,5%). Para 38% dos entrevistados, o tíquete médio esperado será de até R$ 200. Já 14,1% dos consumidores planejam desembolsar entre R$ 500 e R$ 1 mil.
A animação é referendada também pela pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Segundo os dados, 75,3% dos consumidores vão presentear neste Natal. Esse percentual é 1,2% maior em relação a 2018.
De acordo com o economista-chefe da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida, os resultados não revelam nenhuma surpresa e estão em linha com as pesquisas realizadas ao longo do ano e de acordo com a característica da época.
“O Natal é a data mais esperada pelos varejistas e carrega dois grandes estímulos: um subjetivo, que é o apelo emocional, e outro objetivo, que são as condições econômicas do País. A melhora dos índices nos últimos meses – inflação, emprego -, a geração dos empregos temporários, o pagamento do 13º e a liberação do FGTS, contribuem para esse resultado”, explica Almeida.
No relatório da CDL-BH, os consumidores que não irão presentear (24,7%) alegaram como motivos o corte nos gastos (31,2%), falta de dinheiro (27,5%) e endividamento (18,1%).
Presentes – Para a Fecomércio-MG, os produtos mais procurados para os presentes de Natal deste ano serão roupas (38,8%), brinquedos (25%) e calçados (10,8%).
Os números do cenário traçado pela CDL-BH são um pouco mais detalhados e mostram um cenário parecido. Com a economia dando sinais de melhoria, o consumidor da Capital vai desembolsar, em média, R$ 102 por presente. Quando comparado com o tíquete médio do ano passado, houve um aumento de 16,2% no valor do presente. E os produtos preferidos para presentear são: roupas (84,6%), calçados (43,4%), brinquedos (42,3%), joias e bijuterias (7,4%), cosméticos e perfumes (4%), eletrônicos (3,4%), cestas de chocolates e panetones (2,3%), livros (1,7%), utensílios domésticos e itens de decoração (1,7%), eletrodomésticos (1,1%), acessórios (0,6%), violão (0,6%) e material esportivo (0,6%).
Ainda na mesma pesquisa, 78,9% dos entrevistados irão utilizar o dinheiro e 49,1% o cartão de débito nessas compras. As outras formas de pagamento citadas foram: à vista no cartão de crédito (13,7%) e parcelado no cartão de crédito (12,6%). As compras parceladas no cartão de crédito serão pagas em até cinco vezes, segundo 61,9% dos consumidores. Já 38,1% dos consumidores pretendem parcelar as compras em dez vezes.
O pagamento, segundo a Fecomércio-MG, será à vista no dinheiro ou no cartão de débito para 67,4%, principalmente se houver desconto. Já os pagamentos com o cartão de crédito serão a opção de 21,3%, que preferem essa modalidade devido à opção de parcelamento (53,1%) e planejamento das compras (12,2%).
“Estamos vendo uma repetição do cenário de 2018, sendo que, no ano passado, tínhamos a expectativa da eleição. Agora a expectativa está bastante positiva com a melhora dos índices macroeconômicos, mas com os pés no chão. A opção pelo pagamento à vista é a mais interessante para o consumidor tendo em vista as dificuldades enfrentadas em 2019. É uma mudança de hábito. A crise ensinou muito aos consumidores e aos empresários. Hoje o consumidor pesquisa mais e negocia mais”, destaca o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.
Expectativas alinhadas entre comércio e consumidor
Animados com o Natal, consumidores e comerciantes têm expectativas parecidas para o período, segundo levantamentos realizados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).
Ao todo, 67,6% dos empresários entrevistados pela CDL-BH acreditam que terão crescimento ao comparar com 2018, 24,6% esperam manter o patamar e 7,8% acreditam em queda nas vendas. Enquanto isso, entre os consumidores que responderam ao questionário da entidade, 75,3% devem presentear neste Natal.
No levantamento feito pela Fecomércio-MG junto aos varejistas, 53,7% das empresas de Minas Gerais impactadas pelo período esperam por vendas melhores que no ano passado. E para 21,3% o resultado se manterá estável e 16,4% acreditam em um retrocesso. Já entre os consumidores, segundo a federação, 67,7% irão presentear neste Natal.
Para os dirigentes das duas entidades, os resultados demonstram um amadurecimento do mercado. “A pesquisa com o empresário vai pareando com a do consumidor. O empresário é mais otimista naturalmente e deve ser mesmo. A economia melhorando anima os dois lados”, avalia o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.
“Consumidores e lojistas estão otimistas, mas não eufóricos. Também observamos uma melhora na confiança dos empresários em termos econômicos e isso está ligado à conjuntura. A liberação do FGTS tem um impacto, trazendo um benefício de forma direta e de curto prazo. Seja o consumidor pagando dívidas ou comprando, ajuda o varejo. Quando ele salda uma dívida, recupera a capacidade de compra e assim volta a consumir”, analisa o economista-chefe da federação, Guilherme Almeida.
Investimento nas vendas – Segundo a Fecomércio-MG, 35,5% dos empresários do Estado devem fazer promoções e liquidações para atrair os consumidores. Outros 31,8% vão investir em propaganda/divulgação e 13,5% prometem um atendimento diferenciado. A maioria das lojas já recebeu todas as encomendas e está preparada para atender os clientes nas compras do período (32,3%).
De acordo com a CDL-BH, depois dos preços – para 90,3% dos consumidores -, o que mais atrai no momento das compras é o bom atendimento, com 41,1% das respostas, seguido pela agilidade no atendimento (17,7%), promoções e sorteios (10,3%), qualidade do produto (5,7%), ambiente agradável (3,4%), formas/prazos de pagamento (1,7%) e educação e cortesia dos funcionários (0,6%). E, para dar conta do movimento, 27,4% devem fazer contratações temporárias. O número é 8,7 pontos percentuais acima do registrado no ano passado, com 18,7%.
“Os lojistas estão se preparando com produtos de qualidade, fazendo promoções, negociando o pagamento à vista, enfeitando a loja pra entrar no clima. E o consumidor, do seu lado, está valorizando o seu dinheiro, pesquisando mais e disposto a comprar. A hora é de termos inteligência para terminarmos 2019 melhores que em 2018, para começarmos um 2020 com outro perfil, inclusive com a efetivação de boa parte desses contratados”, pontua o presidente da CDL-BH.
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