Economia

Ritmo das montadoras é afetado pela queda nos embarques, aponta Anfavea

Ritmo das montadoras é afetado pela queda nos embarques, aponta Anfavea
Crédito: Agência Minas/Divulgação

São Paulo – O mercado interno vem sustentando a produção de veículos, enquanto as exportações seguem em baixa.

Segundo dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção em novembro caiu 7,1% na comparação ao mês de novembro de 2018, mas os emplacamentos aumentaram 4,9% no mesmo período.

Em relação a outubro, a produção caiu 21,7% e as vendas tiveram recuo de 4,4%.

Apesar de novos contratos de montadoras com o México e países africanos, o impacto da recessão na Argentina derrubou os envios de veículos para o exterior. A queda acumulada é de 33,2% em relação a 2018.

Espera-se que a Argentina inicie a recuperação de seu mercado interno em 2020. Qualquer crescimento parecerá percentualmente vultoso, pois as vendas de veículos no principal parceiro comercial do Brasil acumulam queda de 44% entre janeiro e outubro na comparação com 2018.

Com a estabilidade no mercado interno, a entidade começa a olhar para 2020.

Os 2,77 milhões de veículos produzidos entre os meses de janeiro e novembro representam uma alta de 2,7% na comparação com igual período de 2018. O número inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões

No mercado nacional, as vendas de carros de passeio e veículos comerciais leves ultrapassaram dois milhões de unidades entre janeiro e novembro. Com isso, acumulam alta de 7,2% na comparação com o mesmo período de 2018.

Com 118.164 emplacamentos, o setor de pesados registra crescimento de 36,9% em 2019. Os dados são da Fenabrave, entidade que representa as revendedoras de veículos.

Em relação a 2020, a Anfavea mantém o otimismo e se baseia em uma pesquisa. O estudo feito pela entidade em parceria com o portal Webmotors, do banco Santander, mostra que 85% dos 6.727 entrevistados pretendem trocar de carro ou adquirir um em 2020.

Vale dizer que esses entrevistados visitaram um site especializado na compra e venda de carros, o que já demonstra interesse no negócio. Ainda assim, o resultado é reflexo do envelhecimento da frota.

Consumidores habituados a renovar seus veículos a cada dois ou três anos adiaram a troca devido ao período de crise. Agora, pretendem revender seus automóveis que já estão fora da garantia e adquirir um novo modelo, seja zero-quilômetro ou seminovo.

A redução das taxas de juros também influencia o aumento das vendas, embora o setor não acompanhe de imediato a queda da taxa Selic. Os bancos começam a oferecer alternativas mais atraentes para seus clientes e a expandir a oferta de financiamento.

De acordo com o departamento financeiro da Volkswagen, o crédito destinado ao setor automotivo cresceu 31% entre 2016 e 2019 e deve chegar a R$ 207,8 bilhões em 2020.

Mas há preocupações com a possível alta nos custos de produção devido ao retorno da taxação sobre o aço exportado para os EUA por Brasil e Argentina. “O impacto é na veia, não tem como evitar a alta dos custos. Cada fabricante está procurando um remédio para essa dor”, diz o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. (Folhapress)

Brasil fecha acordo com o Paraguai

Bento Gonçalves – Brasil e Paraguai conseguiram fechar, no último dia da cúpula do Mercosul, um acordo automotivo para liberar o comércio de veículos e autopeças entre os dois países, completando o ciclo de negociações desse tipo entre o Brasil e os países do bloco.

Um acordo do mesmo tipo foi assinado em junho com a Argentina e já existe um anterior a esse com o Uruguai. A intenção do governo brasileiro e dos demais países é agora integrar o setor automotivo às normas do Mercosul.

Altamente taxado, o setor era uma das exceções do comércio do bloco.

O Brasil pretende ainda, ao conseguir adequar os veículos nas regras do Mercosul, trabalhar para reduzir a tarifa externa comum do setor automotivo, que hoje é a mais alta entre todos os setores do bloco, em 35%.

Os negociadores não deram inicialmente detalhes do acordo fechado. Um dos pontos de contencioso até esta semana era a intenção do Brasil de que o Paraguai abrisse mão da importação de veículos usados, o que o Paraguai não queria fazer. (Reutrers)

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