Finanças

Plano trienal mira criação de empregos

Plano trienal mira criação de empregos
Durante lançamento de projeto para os próximos três anos, entidade afirmou conseguir sobreviver sem recursos do Tesouro Nacional ou do FAT - Crédito: Sergio Moraes/Reuters

Rio de Janeiro – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu estabelecer metas sociais em sua estratégia para os próximos três anos. Entre elas, estão a geração de empregos e a ampliação da cobertura de água e esgoto no País. As metas fazem parte do plano trienal da instituição, lançado ontem. Durante o evento, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, defendeu que o banco consegue sobreviver sem recursos do Tesouro ou do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

“O banco media muito seu sucesso pelo desembolso ou lucro, que é vincular o tamanho financeiro dessa entidade ao tamanho do desenvolvimento econômico e social que ela trazia para o Brasil”, disse ele. “A partir de hoje, a medição de sucesso do banco é o impacto na vida dos cidadãos”.

Entre as metas estabelecidas para os próximos três anos estão garantir financiamentos que representem a abertura ou manutenção de 3,6 milhões de postos de trabalho – não necessariamente até 2022, frisou Montezano, mas ao longo dos projetos.

O BNDES quer ainda conceder empréstimos a ao menos 150 unidades de saúde que atendem ao SUS, 20 projetos de iluminação pública eficiente e projetos de educação com potencial impacto em um milhão de alunos.

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No saneamento, a meta é estruturar projetos que garantam acesso de 20 milhões de pessoas à rede. Em logística, o banco fala em estruturação de projetos para novos 16 mil quilômetros de rodovias e empréstimos para 5 mil quilômetros de rodovias e 2,5 mil quilômetros de ferrovias.

A criação de metas sociais vem em linha com discurso do governo sobre reforçar o S da sigla BNDES. No início do mês, em evento no banco, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia adiantado que o banco iniciaria atuação mais voltada para a área social.

No plano trienal, o BNDES elencou, entre as grandes agendas para o período, infraestrutura, produtividade, educação, saúde e segurança, inovação, pequenas e médias empresas, sustentabilidade, desenvolvimento territorial e desestatizações.

Nesse último caso, a meta é apoiar a venda de 15 empresas estaduais e 15 empresas federais nos próximos três anos.

Críticas – Montezano rebateu críticas sobre impactos da venda de participações acionárias nas finanças do banco, que vem antecipando a devolução de recursos ao Tesouro e com riscos de perder recursos do FAT.

Ele mostrou que, em dez anos, a carteira do banco rendeu metade do CDI, a taxa média de juros interbancária. “Poderíamos ter mais R$ 100 bilhões na mesa, considerando a perda que houve no retorno da renda variável em relação ao CDI em dez anos”, disse Montezano.

Grande parte da carteira, hoje em torno de R$ 120 bilhões, disse, foi composta antes desse prazo. A lista inclui as ações da Petrobras, hoje a empresa com maior peso no balanço do BNDESPar, o braço de participações do BNDES.

O banco alterou sua política de venda de ações em outubro e já anunciou operações para venda em fatias da Petrobras e dos frigoríficos Marfrig e JBS. A redução das participações acionárias é uma das metas assumidas por Montezano em sua posse.

O BNDES defendeu que a receita esperada pelas operações de crédito contratadas atualmente já garante o pagamento das despesas do banco por cinco anos. “Não tenho qualquer dúvida de que, com FAT ou sem FAT, com Tesouro ou sem Tesouro, o banco tem capacidade de cobrir sua despesa”, disse Montezano.

O plano trienal prevê que o BNDES chegará a 2022 com uma carteira de crédito entre R$ 421 bilhões e R$ 490 bilhões, menor que a atual, de R$ 543 bilhões. O lucro líquido deve oscilar entre R$ 6,6 bilhões e R$ 8,6 bilhões. (Folhapress)

Banco dá novo passo para venda de ações

Rio de Janeiro – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve definir, até semana que vem, o banco que ajudará no processo de venda do lote de ações da Petrobras detidas pela instituição por meio do BNDESPar.

“A gente espera que, em um prazo de uma semana, a gente tenha essa definição de qual será o consórcio de bancos que vai nos ajudar nessa operação”, disse a jornalistas o diretor do BNDES Leonardo Cabral.

Na semana passada, o BNDES divulgou ao mercado a intenção de vender até a totalidade de sua participação em ações ordinárias da Petrobras. A operação seria feita por meio de uma oferta pública.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, admitiu que aguardou a precificação da oferta pública inicial de ações da petrolífera saudita Saudi Aramco para iniciar o processo de venda de papéis da Petrobras.

“Não estamos dando nenhuma indicação de volume ou prazo para vender essas ações e isso vai depender do apetite do mercado. Se o mercado absorver bem as ofertas que a gente estiver colocando daqui para frente, isso tende a acelerar o processo, e se pedir desconto, isso tende a desacelerar”, afirmou.

“A gente não iria para o mercado enquanto tivesse um elefante daquele tamanho na estrada (Saudi Aramco). A gente esperou ela se resolver para depois virmos com o nosso”, acrescentou Montezano.

Saudi Aramco – O IPO da Saudi Aramco ocorreu na semana passada, atribuindo à empresa um valor de cerca de US$ 1,7 trilhão, o que a tornou a companhia listada mais valiosa do mundo.

Montezano acrescentou que já foram mandatados os bancos para a operação de venda de papéis da processadora de carne JBS detidos pelo BNDES. Na véspera, o banco vendeu sua participação na maior fabricante de hambúrgueres do mundo, a brasileira Marfrig.

O presidente do BNDES destacou que a carteira de renda variável do banco, atualmente de cerca de R$ 100 bilhões, pode ser reduzida em até 80% ao longo dos próximos três anos, dependendo de uma série de variáveis. Segundo ele, não se justifica mais do ponto de vista de risco o BNDES manter em carteira ações de empresas como Suzano, Petrobras, JBS e outras grandes companhias. (Reuters)

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