Opinião

EDITORIAL | Natal deixou bom augúrio

EDITORIAL | Natal deixou bom augúrio
Crédito: Divulgação

Avaliações preliminares da Confederação Nacional do Comércio (CNC) indicavam já na terça-feira que as vendas do período natalino foram as melhores dos últimos sete anos, com crescimento – os números finais devem ser conhecidos hoje – que pode ter passado dos 5%, na comparação com os resultados de 2018 e referentes à media nacional. Isso significa que o comercio movimentou, no período, em todo o País, pelo menos R$ 35 bilhões. Mais movimento nas lojas e elevação do chamado ticket médio seria, ainda de acordo com as primeiras avaliações, resultado do aumento do poder aquisitivo por conta da redução do desemprego, da liberação de recursos do FGTS e, sobretudo, de aumento da confiança, favorecendo também a demanda de crédito, por sua vez beneficiado com a queda dos juros.

Enquanto comerciantes comemoram o que pode ser, se não ainda o fim das vacas magras, a melhor evidência de melhoria do cenário, analistas aprofundam seus estudos apontando de início que o aumento do consumo das famílias deixou de ser uma tendência natalina, passando a sinalizar um processo de mais longa duração, a ser alimentado no decorrer do próximo ano, principalmente pela redução do desemprego. Um impulso fundamental para o comércio, mas não menos importante do que para a indústria, reforçando a esperança de que a marca de crescimento estimada para 2020, que este ano já passou por 0,8% e 1,2% até chegar aos atuais 2,2%, poderá ser ainda maior.

As coisas melhoraram e vão continuar melhorando, resume um comerciante da Rua 25 de marco, em São Paulo, estabelecido no maior centro varejista do País, antecipando que suas vendas cresceram entre 7% e 9%. No Rio de Janeiro e em Belo Horizonte as primeiras avaliações seguiram o mesmo rumo, numa tendência que é claramente nacional. Falta saber até que ponto estes sinais positivos podem ser tomados como indicadores de retomada, também, dos investimentos, reaproximando finalmente a economia brasileira de um círculo virtuoso, em sintonia inclusive com a possibilidade de um ambiente externo também mais positivo.

Para que isto aconteça, e na intensidade imaginada, os ingredientes fundamentais serão, primeiro, estabilidade política, que alguns entendem como o mais forte impulsionador de investimentos e, segundo, o andamento, em ritmo mais acelerado, das reformas, começando pelo sistema tributário. Não ainda a redução da carga, que as condições fiscais não suportam, mas pelo menos a prometida simplificação, traduzida em mais segurança e redução de custos para os contribuintes e, tudo faz crer, em ganhos também para o Tesouro.

Tudo somado – e realizado – é possível ter como certo que daqui a um ano os motivos para comemorações poderão ser ainda maiores.

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