Produtores de curtas-metragens ganham aliado digital para sairem do anonimato

Lançada em Belo Horizonte, no início de dezembro, a plataforma de streaming Cardume se dedica exclusivamente aos curtas-metragens brasileiros. O objetivo é facilitar o acesso à produção brasileira para interessados do Brasil e do mundo. O formato, bastante difundido no mundo inteiro, sobe com o gargalo da distribuição no território nacional.
De acordo com o ator e idealizador do Cardume, Daniel Jader, depois de passarem pelo circuito de festivais os filmes, não conseguem espaço para exibição nas salas de cinema do circuito comercial e a única chance de alcançarem um público maior é por meio da internet.
“Depois dos festivais, uma parte dos longas vai para as salas de exibição. Mas os curtas não conseguem passar para essa segunda fase. A maioria dos produtores acaba colocando na internet, em canais próprios, com pouca visibilidade. Essa dificuldade acabou gerando uma oportunidade de negócio. Nossa plataforma reúne e classifica o conteúdo, assim o consumidor de curtas vai saber onde buscar”, explica Jader.
Para ter acesso irrestrito à plataforma, o usuário paga uma mensalidade de R$ 5. Parte desse dinheiro cobre os custos da plataforma, outra parte remunera os produtores e, uma última será usada para ações de formação de profissionais e de público. O objetivo final é patrocinar etapas de produção de curtas brasileiros. Atualmente, são 68 obras à disposição entre mais de 200 inscritas. A meta é ter em uma primeira fase 150 curtas na plataforma.
Todos os curtas inscritos passam por um processo de seleção e quando aprovados são classificados por gênero, ano de produção, região e temática. É possível, por exemplo, encontrar um filme com temática de protagonismo feminino dentro de gêneros diferentes como documentário ou comédia.
O próximo passo é traduzir todas as obras disponíveis para o inglês. Atualmente, cerca de 10% dos assinantes da plataforma moram nos Estados Unidos.
“Há um grande interesse internacional pela arte brasileira, inclusive o audiovisual. O Brasil tem uma produção de curtas muito intensa e Minas Gerais é um dos principais polos, inclusive com alguns dos festivais mais importantes exclusivos ou que abrem espaço para o formato com exibições gratuitas em espaços fechados e abertos. Algumas das melhores escolas de cinema do Brasil estão em Belo Horizonte. O curta é um formato com linguagem própria bastante difundido no mundo inteiro, mas no Brasil ainda é visto como algo menor ou de iniciantes”, analisa o idealizador da Cardume.
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