Confiança da indústria mineira permanece alta

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) atingiu 64,6 pontos em janeiro no Estado. O valor é semelhante ao registrado em dezembro, 2,8 pontos maior do que o apurado no mesmo período do ano passado e o melhor para o mês desde o ano de 2010 (68,3 pontos). O resultado, acima dos 50 pontos, revela ainda que os industriais estão confiantes pelo 16º mês consecutivo. O Icei é uma publicação mensal feita pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
De acordo com a analista de estudos econômicos da Fiemg, Daniela Muniz, existe um otimismo maior dos empresários já há um tempo, como se pode ver pelo índice. Isso se dá, segundo ela, por causa das melhores condições da economia que estão sendo vividas pelo País.
“Há um otimismo relacionado à retomada do crescimento, embora os indicadores mostrem uma expansão moderada. Existem alguns fatores que estão se sobressaindo, como a inflação controlada, a redução gradual do desemprego, as taxas de juros baixas, e, com isso, o avanço do crédito, que facilita o consumo das famílias”, destaca a analista de estudos econômicos da Fiemg.
Além disso, Daniela Muniz diz, ainda, que a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi mais uma injeção de ânimo para a economia. “Em 2020, tudo indica que a inflação vai continuar controlada, as taxas de juros devem permanecer baixas, o crédito mais barato e o desemprego reduzido”, afirma ela, frisando também que a economia neste ano pode apresentar números maiores do que os que foram registrados em 2019.
Componentes – O Icei é o resultado da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que vão de 0 a 100 pontos. O componente de condições atuais diminuiu 2 pontos em janeiro, atingindo 57,3 pontos contra os 59,3 pontos registrados em dezembro. A queda veio após seis meses seguidos de avanços.
A analista de estudos econômicos da Fiemg, entretanto, ressalta que esse é um recuo sazonal. De acordo com ela, as empresas tendem a ter pico de produção para as festas de fim de ano entre os meses de outubro e dezembro. No fim de dezembro e em janeiro, diz ela, é natural uma produção menor.
“Na comparação histórica, porém, o índice foi o mais elevado para o mês em dez anos”, destaca Daniela. Além disso, o índice também aumentou 6,4 pontos na comparação com janeiro de 2019, quando atingiu 50,9 pontos.
O componente de expectativas para os próximos seis meses, por sua vez, apresentou avanço pela terceira vez consecutiva, crescendo 1,1 ponto entre dezembro (67,2 pontos) e janeiro (68,3 pontos). O índice foi 1 ponto maior do que o apurado em janeiro do ano passado (67,3 pontos) e o maior para o mês desde o ano de 2010 (71,8 pontos).
“Historicamente, os índices estão melhores”, conclui a analista de estudos econômicos da Fiemg.
Confiança também avança no País neste mês
Rio de Janeiro – O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) subiu para 65,3 pontos em janeiro. Com a alta de 1 ponto em relação a dezembro de 2019, o indicador está 10,5 pontos acima da média histórica e é o maior desde junho de 2010. Os dados são da pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os indicadores variam de 0 a 100 pontos. Quando estão acima de 50, mostram que os empresários estão confiantes. Quanto maior o índice, maior e mais disseminada é a confiança. O Icei é maior nas grandes empresas, segmento em que subiu para 66,4 pontos neste mês. Nas médias, o Icei é de 64,9 pontos e, nas pequenas, de 63,4 pontos.
“A confiança elevada se baseia não somente nas expectativas para os próximos seis meses, como também no sentimento de melhora da situação econômica corrente”, diz a pesquisa.
De acordo com a CNI, o índice que mede a percepção dos empresários sobre as condições atuais dos negócios e da economia aumentou 0,9 ponto em relação a dezembro e ficou em 59 pontos em janeiro, o maior nível desde junho de 2010. O índice de expectativas subiu 1 ponto em relação ao mês passado e está em 68,4 pontos. Na avaliação da CNI, isso mostra que os empresários estão otimistas em relação ao desempenho das empresas e da economia nos próximos seis meses.
“Os empresários estão mais otimistas porque percebem melhoras no ambiente de negócios. Os juros e a inflação estão menores e há um aumento da demanda e da produção. Desde o fim do ano passado, há uma melhora da atividade”, afirmou, em nota, o economista da CNI Marcelo Azevedo.
“Além disso, os empresários acreditam que esse ambiente vai melhorar nos próximos seis meses. Por isso, a confiança começa o ano em alta”, completou Azevedo. Segundo o economista, a confiança elevada é condição necessária para aumentar a produção, os investimentos e o emprego.
Regiões – De acordo com a pesquisa, a confiança é maior entre os empresários do Sul. Na região, o Icei de janeiro ficou em 67,2 pontos. Em seguida, vem a região Norte, onde o indicador alcançou 65 pontos. No Nordeste, o Icei foi de 64,5 pontos, e no Sudeste e Centro-Oeste, de 64,6 pontos.
O levantamento também mostra que o otimismo é maior entre os empresários da indústria de transformação. Nesse segmento, o Icei alcançou 65,7 pontos em janeiro. Na indústria extrativa, foi de 63,7 pontos, e, na construção, de 64 pontos.
Esta edição do Icei foi feita entre os dias 6 e 17 deste mês com 2.458 empresas de todo o País. Dessas, 921 são pequenas, 917 são médias e 620 são de grande porte. (ABr)
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