Indústria da cerâmica deve seguir crescimento

Quando a indústria da construção civil começa a enxergar uma luz no fim do túnel, o mesmo ocorre com a da cerâmica. Uma caminha sempre ao lado da outra, conforme ressalta o presidente do Sindicato das Indústrias das Cerâmicas de Minas Gerais (Sindicer-MG), Ralph Perrupato.
E se, este ano, tem sido considerado o período “da virada” para a construção, conforme o vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel, declarou, durante o balanço de 2019 feito em dezembro, pode-se considerar que o segmento de cerâmica também verá um cenário mais promissor.
De acordo com Perrupato, as expectativas de um setor e do outro e as projeções de crescimento são os mesmos. E o otimismo em relação a 2020 tem razão de ser. O presidente do Sindicer-MG afirma que os juros mais baixos, por exemplo, devem gerar mais investimentos. Além disso, existe também a expectativa de que as chamadas reformas estruturais façam efeito em longo prazo.
“A gente gostaria, porém, que houvesse uma reforma mais rápida, que realmente diminuísse benefícios para sobrar mais recursos para a infraestrutura”, destaca ele.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
O maior otimismo em relação ao segmento da construção e, por consequência, do setor de cerâmicas, está sendo inclusive expresso em números. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) apresentou crescimento de 1,8 ponto em novembro na comparação com outubro do ano passado, passando de 57,4 pontos para 59,2 pontos. O dado, o último disponível, mostrou pela sétima vez que os empresários estão confiantes.
Capacidade ociosa – Apesar das perspectivas melhores, as empresas do segmento de cerâmicas ainda não estão realizando fortes investimentos ou contratando pessoas. Isso porque, de acordo com Ralph Perrupato, o setor, atualmente, trabalha com uma capacidade ociosa muito grande.
“Se houver um crescimento de 30% na área, por exemplo, é possível atender as demandas sem investir”, afirma ele.
Segundo o presidente do Sindicer-MG, diversos investimentos foram feitos entre os anos de 2010 e 2012, e hoje há condições de atender bem o mercado. O que deve ser feito, portanto, por enquanto, são somente manutenções, principalmente tendo em vista que alguns equipamentos acabaram ficando ociosos.
Além disso, Ralph Perrupato diz que “acha difícil” que volte a haver, por ora, um crescimento tão grande quanto o apresentado no começo da década passada. Ele afirma ainda que, se, naquela época, a maior parte da demanda era governamental, desta vez ela deverá vir de empresas privadas.
“O setor privado pode vir a fazer mais investimentos programados, havendo, assim, um crescimento mais sustentável, mais em longo prazo”, diz.
Ouça a rádio de Minas