Economia

Lojista perde R$ 16,4 mil em média com chuva

Lojista perde R$ 16,4 mil em média com chuva
As chuvas geraram prejuízo para 2.516 estabelecimentos comerciais na Capital, diz a CDL-BH - Crédito Paulo Marcio

As chuvas registradas ao longo de janeiro causaram perdas ao comércio de Belo Horizonte. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), somente na capital mineira, o prejuízo médio por empresário afetado pelas precipitações está em torno de R$ 16,4 mil. Para discutir o assunto e buscar soluções, o presidente da CDL-BH se reuniu, ontem, com o governador de Minas Gerais e representantes do comércio e serviços.

Em levantamento feito pela CDL-BH em visita in loco, foram verificados 2.516 estabelecimentos prejudicados pelas fortes chuvas. As regiões onde foram registrados os maiores impactos foram a Centro-Sul, Venda Nova, Barreiro e Oeste de Belo Horizonte.

Já em pesquisa feita com 250 empresários, dentre as perdas relatadas pelos comerciantes, 80,8% tiveram redução do fluxo de clientes e 27,2% perderam estoques, incluindo produtos e insumos. Também foi verificada perda de móveis (20,8%) e maquinário (17,6%), e 13,6% dos empresários registraram danos na estrutura do imóvel.

As chuvas registradas em Belo Horizonte causaram prejuízos financeiros para 51% dos comerciantes ouvidos, com uma perda financeira média de R$ 16.405,30 por empresário. Dentre as empresas afetadas, 70% são microempresas, 16,7% são de pequeno porte e 12,9% de médio a grande porte.

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Os empresários, 64,5%, também relataram impactos negativos quanto ao deslocamento dos funcionários. Em 40,3% dos casos foi registrado atraso dos colaboradores, em 33,9% os funcionários saíram mais cedo e em 25,8% dos casos os funcionários não compareceram.

Com tantos prejuízos, a CDL-BH recorreu ao governo do Estado para que fossem adotadas medidas. Entre as solicitações feitas para o poder público estão a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), prorrogação de impostos, acesso às linhas de crédito, assessoria e consultoria em gestão em parceria com o Sebrae Minas, diferimento do ICMS e Simples, isenção ou desconto nas contas de energia e abastecimento e prorrogação do prazo para reinserção no Simples.

De acordo com o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, em Belo Horizonte, as micro e pequenas empresas de serviços e comércio foram as mais afetadas pelas chuvas. Segundo os dados da entidade, o impacto é grande, já que na capital mineira, 83% dos empregos são gerados pelo setor de comércio e serviços.

“É importante sabermos o que aconteceu com cada uma das empresas que foram afetadas pelas chuvas para que elas possam ser auxiliadas e se recuperem. Estamos nos aproximando do poder público para que retomemos as atividades de maneira tranquila, com liberação de vias, calçadas, para que as empresas, que são importantes geradoras de serviços, renda e impostos, possam desenvolver as atividades”, destacou.

Crédito diferenciado – Ainda conforme o representante da CDL-BH, as linhas de crédito com condições diferenciadas, a serem ministradas pelo BDMG, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, também serão importantes, porque as empresas precisam de capital de giro, maquinário e veículos de entrega que foram perdidos com as chuvas.

“Estamos fazendo uma parceira com várias entidades, como a Amipão, Abrasel, Amis, juntamente com o Sebrae, para que possamos levar aos empresários esse alento. A ideia é criar um modelo de trabalho para auxiliar as empresas afetadas em Belo Horizonte e replicar em todas as cidades que foram afetadas pelas chuvas”, disse Souza e Silva.

O presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Alexandre Poni, explicou que o diferimento do ICMS, a parceria com o Sebrae e a participação das entidades financeiras em ofertar linhas com condições diferenciadas para as empresas atingidas será essencial.

“Todas as lojas atingidas, incluindo os supermercados, terão que passar por uma avaliação para ter o apoio financeiro e fazer a reconstrução. Esperamos que as ações necessárias aconteçam”, explicou Poni.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, disse que estão sendo feitos levantamentos das perdas materiais no Estado. Ele explicou que o governo está ciente de que muitos empresários foram afetados pelas chuvas e que já solicitou ao governo federal a postergação do pagamento do Simples para as empresas prejudicadas pelas chuvas.

“Nós, do Estado, estamos analisando o que será possível fazer em relação ao ICMS. Não temos como retirar o imposto, mas temos como facilitar, prolongar o pagamento, o que não deixa de ser um alento para os empresários afetados. Estamos analisando com o BDMG e também já solicitamos à Caixa e ao Banco do Brasil a disponibilização de linhas com prazos e carências maiores para que os empreendedores consigam repor o que foi perdido”, afirmou.

Água – O governador também revelou que o Estado está analisando o que pode ser feito em relação à conta de água. “Sabemos que as pessoas tiveram gastos adicionais para limpar as residências e estabelecimentos, por isso, a Copasa está avaliando uma forma de facilitar a vida das pessoas, de baixa renda, e que foram atingidas”, completou.

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