Opinião

EDITORIAL | Mais problemas e menos tempo

EDITORIAL | Mais problemas e menos tempo
Crédito: REUTERS/Muyu Xu

A turbulência na economia internacional, diante das incertezas do que poderá acontecer em consequência da pandemia reconhecida esta semana pela Organização Mundial da Saúde, é mais um grande desafio que se coloca aos brasileiros, em especial às autoridades públicas e aos políticos.

Parece evidente que os espaços para a construção de soluções vão se estreitando, tornando impositivo um alinhamento que aponta na direção oposta daquela sugerida pelas manifestações programadas para o próximo domingo.

Estamos falando de convergência alcançada a partir do reconhecimento da gravidade da situação, da soma de esforços e de sacrifícios a que todos estamos obrigados, até por falta de alternativas, nas quais os agentes públicos têm papel e responsabilidades que certamente não precisam ser mais uma vez declinadas.

Já no meio da semana, diante de múltiplos sinais negativos, os mais ponderados apontavam nessa direção, no entendimento de que o alinhamento entre Executivo e Legislativo se tornou impositivo, não cabendo mais disputas enviesadas enquanto a construção de soluções e a consequente busca de rumos continuam, na prática, fora da pauta.

Prosseguir no imobilismo que retarda decisões cruciais será o mesmo que, nas condições que se apresentam, um salto no escuro ou cavar ainda mais fundo o buraco do baixo crescimento com toda a sua gama de consequências perversas.

Cabe relembrar, a propósito, que as mudanças já consumadas na gestão pública foram impulsionadas justamente pela crença largamente propalada de que se tratava de restaurar a confiança no País, gerando condições objetivas e imediatas para impulsionar investimentos que afastariam o Brasil da trilha recessiva.

Como foi dito acima, as condições atuais, agravadas pelos problemas externos em que a possibilidade de uma recessão global já está na mesa de discussões, nos obriga a mudar a rota, de início e conforme prometido anteriormente, na busca da simplicidade e na desburocratização como principal tática de redução de custos e produção de resultados tanto na esfera publica quanto na privada, somada à férrea disciplina nos gastos.

Eis o que de mais rápido se pode fazer, traduzindo a concretude da seriedade prometida, revalidando a confiança em parte consumida pela repetição de processos que não respondem aos desafios que estão colocados.

Repetindo, para concluir, o tempo se esgota e a consciência da realidade e sua gravidade possam ser também a esperança de que afinal o País tenha chegado ao momento da inflexão.

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