Agronegócio

Agronegócio bate recorde de exportações

Agronegócio bate recorde de exportações
A receita dos embarques de soja cultivada em Minas Gerais deu salto de 1.264% | Foto: Ivan Bueno/APPA

As exportações do agronegócio de Minas Gerais iniciaram o ano com resultados positivos. Após encerrar 2021 com valor recorde, em janeiro os embarques apresentaram novas altasAo todo, as exportações movimentaram US$ 869,5 milhões, uma elevação de 49,9% frente a janeiro de 2021 e o maior valor já movimentado no mês. Em relação ao volume, a expansão ficou em 12,4%. 

Entre os produtos, destaque para o complexo soja, cujos embarques subiram 1.264% em receita e 971% em volume, e para o café, que, apesar do volume 13,1% menor, registrou alta de 48,2% em receita.

De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), no período as exportações do agronegócio representaram 38,4% da receita total dos embarques feitos por Minas Gerais, que foi de US$ 2,26 bilhões.

Em janeiro de 2022, as importações do agronegócio movimentaram US$ 68,6 milhões, valor que ficou 22,6% menor que em igual mês de 2021. Em volume, as importações chegaram a 45,2 mil toneladas, variação negativa de 42,3%.

Com o resultado, o Estado encerrou janeiro com um saldo na balança do agronegócio de US$ 800,8 milhões,  avanço de 63% frente ao mesmo mês do ano anterior.

Commodities valorizadas

De acordo com o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez, o resultado positivo nas exportações do setor também está ligado à alta dos preços das commodities, o que vem acontecendo desde o ano passado.

Os dados da Seapa mostram que enquanto em janeiro de 2021 o preço médio da tonelada girava em torno de US$ 1.130, em janeiro último passou para US$ 1.516.

“Ao longo do ano passado, os preços das commodities mantiveram a tendência de alta, e isso favoreceu o resultado de janeiro. Estamos observando um aumento significativo do preço médio. Com isso, a receita dos embarques cresceu 49,9% enquanto o crescimento em  volume foi de 12,4%. As commodities agrícolas têm chegado ao mercado externo com preços médios superiores aos do ano passado”, disse.

Café: líder absoluto

Segundo Albanez, dentre os produtos, é importante destacar os resultados do café. O aumento da receita, em janeiro, foi de 46,2%, movimentando US$ 532,5 milhões. Enquanto isso, o volume embarcado ficou 13,1% menor, com o envio de 142,8 mil toneladas. O preço médio da tonelada do grão passou de US$ 2.216 em janeiro de 2021 para atuais US$ 3.727.

“Os preços do café tiveram grande valorização. Em 2021, o clima prejudicou a produção e a disponibilidade está menor. Para 2022, apesar da tendência de uma safra maior, ela será abaixo do esperado, com isso, os preços estão bastante valorizados, o que ajudou a aumentar a receita enquanto o volume caiu. Somente o café foi responsável por 61,2% do faturamento gerado com as exportações do setor”, destacou.

Ele explica ainda que a valorização também aconteceu em outros setores, como o complexo soja e grupo das carnes.

Ao longo do primeiro mês do ano, as exportações do complexo soja também ficaram maiores. A receita cresceu 1.264,8%, chegando a US$ 80,3 milhões. Em volume, a alta ficou em 971,9%, com 132,7 mil toneladas embarcadas. O aumento expressivo, segundo Albanez, é resultado da colheita antecipada da oleaginosa, que em 2021 sofreu atrasos em função da seca. No grupo, o preço médio da tonelada ficou em US$ 605,17, ante US$ 475,27 registrados em janeiro do ano passado. 

O grupo das carnes, responsável por 11,8% da receita gerada com os embarques do setor, apresentou um faturamento de US$ 102,7 milhões, alta de 44,6%. Em volume, os embarques atingiram 28 mil toneladas, variação positiva de 22,7%. A tonelada foi cotada a US$ 3.666, superando os US$ 3.111 praticados em janeiro de 2021.

No período, os embarques de carne bovina cresceram 48,9% em valor, que ficou em US$ 80,3 milhões. Foram exportadas 15,2 mil toneladas, volume 24,6% maior que o exportado anteriormente. A exportação de carne de frango cresceu 27,7% em receita, que alcançou US$ 18,8 milhões. O volume embarcado, 10,9 mil toneladas, aumentou 16%. As negociações de carne suína com o mercado externo somaram US$ 2,5 milhões, aumento de 52,6%. Em volume foi verificada elevação de 54,2%, com o embarque de 1,3 mil toneladas de carne suína.

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