Empresas de crédito fecham 2021 com giro de R$ 30 bi

Em 2021, as empresas de crédito (factorings, securitizadoras e Empresa Simples de Crédito (ESC), em Minas Gerais, movimentaram cerca de R$ 30 bilhões. O setor, que trabalha com a antecipação de recebíveis, é visto como fundamental para a sobrevivência de micro e pequenas empresas, principalmente, em períodos de crise, quando o acesso ao crédito em entidades bancárias se torna ainda mais difícil.
As expectativas para 2022 são positivas e a tendência é superar em 10% os resultados de 2021. O maior controle da pandemia de Covid-19, o avanço da vacina e a retomada dos negócios tendem a movimentar o mercado e estimular o setor.
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De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Factoring de Minas Gerais (Sindisfac-MG), vice-presidente da Associação Brasileira de Factoring, Securitização e Empresas Simples de Crédito (Abrafesc) e sócio-diretor da Simples Antecipação de Recebíveis, Roberto Ribeiro, a antecipação é uma ferramenta muito utilizada pelas empresas na gestão do caixa. Através da operação, empresas conseguem investir, recompor estoques, alavancar os negócios e se manter ativa no mercado.
“Em 2021, houve um crescimento muito forte na demanda pela antecipação de recebíveis e crédito. Com a pandemia, muitos negócios enfrentam problemas e a antecipação se tornou ainda mais importante para as empresas, na grande maioria, micro e pequenas, se capitalizarem e manterem as atividades em funcionamento”.
Ainda segundo Ribeiro, as empresas de crédito são fundamentais para a sobrevivência dos pequenos negócios, principalmente, durante os períodos de crise. Além de antecipar recebíveis, as empresas também trabalham com crédito. Em crises, as instituições bancárias aumentam as exigências para liberar crédito, o que limita o acesso, principalmente, dos negócios de menor porte. Devido ao acesso mais fácil ao crédito, a demanda pelos serviços do setor cresceu e tende a se manter em alta.
“O mercado recebeu uma demanda grande dos bancos que fecharam as portas aos micro, pequenos e médios empresários. O Pronampe, que foi uma tentativa do governo federal de ajudar os micro e pequenos empresários, foi bem-sucedido, porém os bancos foram muito rígidos na análise de crédito e liberaram valores muito baixos para as empresas. Ou seja, ajudou mas não foi suficiente e assim as factorings, securitizadoras e ESCs, puderam ajudar mais”.
Além de auxiliar as empresas durante a pandemia, os serviços prestados pelo setor também serão essenciais no pós-pandemia. “Muitas empresas pararam devido ao lockdown e ficaram sem recebíveis para conseguir antecipar. Desta forma, quando recomeça, é necessário um capital de giro para dar fôlego ao negócio, pagar fornecedores, matérias-primas, colocar em dia algumas contas”, disse.
De acordo com os dados do Sindisfac-MG, Minas Gerais possui cerca de 200 empresas de factoring atuantes, 40 ESCs e 50 securitizadoras. O segmento atende aproximadamente 250 mil micro e pequenas empresas em todo o País, sendo 35 mil apenas em Minas Gerais. No ano passado, o setor movimentou cerca de R$ 30 bilhões no Estado e cerca de R$ 200 bilhões no Brasil. As empresas do setor contribuem indiretamente para a manutenção de mais de 6 milhões de empregos no País.
Otimismo
Neste ano, o setor prevê um crescimento em torno de 10%.“Com a retomada das atividades e controle mais efetivo da pandemia, para 2022 a tendência é de resultados ainda melhores. Estamos muito otimistas e já obtendo bons resultados entre janeiro e fevereiro. Percebemos crescimento em volume operado e no movimento da economia. O mercado está aquecido, as empresas estão retomando os aportes e, isso, vai movimentando todo o mercado”, disse Ribeiro.
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