Opinião

EDITORIAL | As leis que não pegam

EDITORIAL | As leis que não pegam
Crédito: Freepik

Os serviços de telemarketing via telefonia celular, que sempre representaram incômodo para usuários, ganharam, nos últimos tempos, proporções abusivas, absolutamente desrespeitosas e, consequentemente, prejudiciais também às marcas que os utilizam. Uma intrusão absolutamente indesejada pela grande maioria, não raro grosseiros, seja por ligações cortadas abruptamente, seja pelo evidente despreparo dos telefonistas.

Algo tão antigo quanto a própria telefonia celular, que avançou na mesma proporção que o sistema avançou, e que os órgãos reguladores tentaram coibir sem nenhum sucesso, talvez por falta de vontade. Mais uma vez é a tecnologia que deveria servir fazendo justo o contrário.. Afinal, como estranhar, se até o presente ninguém foi capaz de bloquear os telefones celulares largamente utilizados nas prisões e de onde partem as ordens do comando do crime organizado. Voltamos ao assunto, seja para mais uma vez reclamar do incômodo, do abuso e da intrusão, seja para comentar uma nova ofensiva contra as ligações indesejadas.

Resolveram os órgãos reguladores e de controle criar um mecanismo simples e até engenhoso para dar ao usuário pelo menos a opção de decidir se atende ou não a ligação. Assim é que, desde a última sexta-feira, está em vigor norma que confere a empresas de telemarketing um prefixo especial, que todas já deveriam estar utilizando compulsoriamente, tornando fácil a sua identificação. Conforme estabelecido, as empresas envolvidas nessas atividades tiveram três meses para se preparar, inclusive fazendo as modificações técnicas necessárias. Tempo de sobra, segundo quem conhece o assunto.

Tudo certo, tudo anunciado, tudo prometido e, uma vez mais, frustração para os consumidores, ou parte deles. Na sexta-feira que passou, as ligações de telemarketing prosseguiram à vontade, a maioria delas oferecendo crédito que, feitas as contas, em países ditos civilizados seriam enquadrados como agiotagem. Da mesma forma continuaram operantes, pelo menos em parte, ligações operadas por robôs, aquelas que quase sempre caem quando o infeliz atende porque o sistema naquele momento chegou a sua capacidade máxima. Não se sabe exatamente o que aconteceu ou onde foi parar o tal prefixo 0303, mas é uma vergonha para todos os envolvidos.

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