Concerto homenageia movimento modernista

Integrando a série de concertos “Sinfônica e Lírico ao Meio-Dia” e “Sinfônica e Lírico em Concerto”, a Fundação Clóvis Salgado (FCS), por meio da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais, apresenta de forma gratuita um concerto inédito em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Hoje, ao meio-dia, e amanhã, às 20h30, os dois corpos artísticos se reúnem no palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, com participação especial do pianista Pablo Rossi e da soprano Rosana Lamosa. A regência será do maestro titular da OSMG Silvio Viegas e da maestrina Lara Tanaka.
Os ingressos serão disponibilizados gratuitamente para o público, e poderão ser retirados no site da Eventim ou na bilheteria do Palácio das Artes. Será permitida a retirada de, no máximo, um par de ingressos por CPF. A entrada será permitida mediante apresentação do comprovante de vacinação com, no mínimo, duas doses da vacina, ou teste negativo para Covid-19 até 72 horas antes do evento.
Assim como ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo em fevereiro de 1922, serão executadas obras de Heitor Villa Lobos, Claude Debussy e Eric Satie. O programa conta com os clássicos Gymnopedie, de Eric Satie, Clair de Lune, Trois Chansons e L´après midi d´un faune, de Claude Debussy, Duas Lendas Ameríndias: O Iurupari e o Menino / O Iurupari e o Caçador, Pater Noster, Duas canções da Floresta do Amazonas: Canção do amor e Melodia Sentimental e Momoprecoce, de Heitor Villa-Lobos.
Outro destaque é a interpretação que o Coral Lírico fará da canção ‘Duas lendas Ameríndias’, em sua língua original Nheengatu, celebrando não só a Semana de Arte Moderna, mas o Dia Nacional das Línguas Indígenas, comemorado em 21 de fevereiro.
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Noite memorável – Segundo Silvio Viegas, o concerto será totalmente dedicado à Semana de Arte Moderna de 1922. “Naquela semana, apenas três compositores foram tocados: Satie, Debussy e Villa-Lobos. Faremos o mesmo nesta apresentação, mas será mais que um concerto: será uma viagem àquele momento histórico, onde não somente a música será protagonista”, explica o maestro. A apresentação terá início com Pablo Rossi, pianista convidado que abrirá o concerto em um solo de Gymnopedie, de Eric Satie, e Clair de Lune, de Debussy. O Coral Lírico continuará essa conexão fazendo uma das Trois Chansons, de Debussy.
“Posteriormente, ouviremos nosso primeiro Villa-Lobos da noite, com as Duas Lendas Ameríndias: O Iurupari e o Menino/O Iurupari e o Caçador, seguido do genial Pater Noster. Dando continuidade ao concerto, a Orquestra Sinfônica interpreta duas canções da Floresta do Amazonas: Canção de Amor e Melodia Sentimental”, conta Viegas. “A apresentação segue com o intimismo de Viola Quebrada, composta por Villa-Lobos com letra de Mário de Andrade, um dos ícones da Semana de 22. Finalizando o concerto, a orquestra fará sua homenagem a Debussy com o Prélude à L’aprés-midi di d’um faune, e terminará com o vibrante e desafiador Momoprecoce, de Villa-Lobos, uma das mais importantes obras do repertório para Piano e Orquestra. Tenho certeza que será uma noite que ficará na memória de todos!”, celebra Viegas.
Para Pablo Rossi, pianista convidado, é um prazer e privilégio voltar a subir ao palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, local de muita história. “Nesse ano, estamos comemorando duas datas muito importantes para o país, que são os 200 anos da Independência do Brasil e, ao mesmo tempo, os 100 anos da Semana de Arte Moderna, que mudou o curso da história da música brasileira. De certa maneira, a semana também projetou o grande revolucionário modernista que foi Villa-Lobos”, ressalta Rossi.
“É muito simbólico estar em um dos palcos mais relevantes do Brasil, em uma grande capital como Belo Horizonte, tocando nesse ano que comemoramos a brasilidade através da arte moderna”, celebra o pianista. Segundo Rossi, as obras de Villa-Lobos apresentadas no concerto são, sem dúvida, obras primas. “São peças que já tenho há alguns anos em meu repertório, mas é sempre uma experiência nova, pois o nosso processo de trabalho é infindável. Sempre procuramos aprofundar mais e encontrar novas texturas, novas sonoridades, tentando buscar o verdadeiro espírito da obra”, explica.
Segundo Rossi, a obra Momoprecoce, de Villa-Lobos, tem muito a oferecer para o solista em termos de variação musical. “É uma obra festiva, diversificada em estilo, acoplada a uma visão de mundo que envolve o universo mágico e infantil”, conta o pianista. “No que se refere à conexão das obras escolhidas para o concerto, que orbitam em volta da estética modernista da Semana de 22, há também uma conexão pessoal: a Fantasia Momoprecoce revela esse mundo fantástico infantil, e Gymnopedie foi uma das primeiras obras que toquei no palco, ou seja, tem uma ligação muito forte com minha infância”, finaliza o pianista.
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