Exportação do agronegócio mineiro atinge valor recorde

As exportações do agronegócio de Minas Gerais encerraram o primeiro bimestre com novo recorde para o período. Com alta de 64%, o faturamento dos embarques atingiu US$ 1,87 bilhão, frente aos US$ 1,14 bilhão registrados entre janeiro e fevereiro de 2021. Ao todo, foram embarcadas 1,2 milhão de toneladas de produtos agrícolas e pecuários, volume 11,8% superior.
Além do aumento no volume, no primeiro bimestre, o faturamento foi alavancado pelo avanço expressivo de 46,7% no preço médio da tonelada, que ficou em US$ 1.242. Entre os produtos, o café foi o destaque, com alta de 76,9% no faturamento e valorização de 70,17% da tonelada.
De acordo com a assessora técnica da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Manoela Teixeira de Oliveira, o resultado das exportações mineiras foi muito positivo.
“No acumulado dos primeiros dois meses de 2022, o valor de US$ 1,87 bilhão bateu novamente o recorde histórico. Este foi o melhor resultado das vendas para o primeiro bimestre e está atrelado ao preço médio mais alto da tonelada e também ao aumento do volume exportado. É interessante observar que a performance das exportações vem sendo superada mês a mês, mesmo em um período de tanta instabilidade mundial como vivemos hoje. Isso mostra que estamos preparados para atender à demanda por alimentos no mundo”, explicou.
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Ao longo do primeiro bimestre, os produtos de Minas Gerais foram enviados para 141 países, sendo que, deste total, 12 iniciaram as compras este mês, como o Irã, que importou soja e açúcar.
EUA e Alemanha mais próximos
Manoela ressalta que é importante destacar o maior estreitamento e o aumento do comércio junto aos Estados Unidos. O país norte-americano foi o maior parceiro comercial neste início de ano, superando a China e respondendo 16% das exportações feitas por Minas. O mesmo aconteceu com a Alemanha, que ficou em segundo lugar e respondeu por 14% das compras. A China ficou em terceiro lugar, com participação de 13%.
“Estamos aumentando os embarques junto a outros parceiros comerciais. No caso dos Estados Unidos e Alemanha, o aumento veio dos embarques de café, já que são os principais compradores”, disse.
Em relação às importações do agronegócio, as compras mineiras ao longo do primeiro bimestre ficaram 5,96% menores em valor e 3,79% em volume. Ao todo, foram importadas 122,1 mil toneladas, movimentando US$ 145,3 milhões.
Levando em consideração os números totais de importações feitas por Minas Gerais, Manoela destaca as compras de adubos, insumo fundamental para a produção agropecuária do Estado.
“A gente tem apresentado recordes de compras de adubos, obviamente pelo cenário internacional de guerra entre Rússia e Ucrânia. O valor da nossa despesa com adubos foi de US$ 118 milhões e 184 mil toneladas. Esse valor representou, até o momento, 11% das compras que Minas Gerais fez no mercado internacional. Já percebemos que não estamos tendo compras vindas da Ucrânia, pelo fechamento dos portos. Comparando o primeiro bimestre de 2022 com o mesmo intervalo do ano anterior, percebemos que os preços estão com uma variação acima de 160%”, destacou.
Valorização fora impulsiona resultado do café
Ao longo dos primeiros dois meses do ano, as exportações de café foram o destaque de Minas Gerais. Ao todo, os embarques movimentaram US$ 1,2 bilhão, superando em 76,9% o valor registrado em igual intervalo do ano passado. Foram embarcadas 317,6 mil toneladas, volume que corresponde a 5,3 milhões de sacas de 60 quilos, 4% superior.
O resultado positivo do faturamento teve como principal impulso os preços valorizados do café no mercado internacional. Após perdas expressivas na produção, resultado de um clima desfavorável, a tonelada do grão foi negociada, em média, a US$ 3.817, ante os US$ 2.243 registrados anteriormente, alta de 70,17%.
Destaque também para o grupo das carnes, responsável por 11,1% da receita gerada com os embarques do setor. O grupo apresentou um faturamento de US$ 208,4 milhões, alta de 55%. Em volume, os embarques atingiram 58,1 mil toneladas, variação positiva de 27,4%. A tonelada foi cotada a US$ 3.587, superando os US$ 2.948 praticados no primeiro bimestre de 2021.
No período, os embarques de carne bovina cresceram 60,7% em valor, que ficou em US$ 157,3 milhões. Foram exportadas 29,3 mil toneladas, volume 31% maior que o enviado anteriormente.
A exportação de carne de frango cresceu 40,6% em receita, que alcançou US$ 44,2 milhões. O volume embarcado, 25,3 mil toneladas, aumentou 23,6%. As negociações de carne suína com o mercado externo somaram US$ 5,1 milhões, aumento de 43,4%. Em volume foi verificada elevação de 31,9%, com o embarque de 2,5 mil toneladas de carne suína.
As exportações do complexo soja também ficaram maiores no Estado. A receita cresceu 505,5%, chegando a US$ 159,9 milhões. Em volume, a alta ficou em 441,5%, com 285,7 mil toneladas embarcadas. O aumento expressivo é resultado da colheita antecipada da oleaginosa frente a 2021, quando foram registrados atrasos em função da seca.
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