Faturamento das empresas baseadas no BH-Tec está próximo de R$ 600 mi

Para além dos resultados já alcançados pelas empresas instaladas no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), os diferenciais competitivos promovidos pelo ambiente de inovação situado na região Noroeste da Capital atraem cada vez mais interessados em se instalarem no local. Com 23 operações de desenvolvimento tecnológico e conexões de negócios de base científica-tecnológica, o parque já tem demanda para pelo menos dobrar de tamanho. No entanto, faltam recursos para tirar o projeto do papel.
De acordo com o CEO do BH-Tec, Marco Aurélio Crocco, o parque, que tem como sócios-fundadores a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o governo do Estado, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), tem buscado financiamento e parcerias para viabilizar a expansão. Para isso, participa do atual chamamento público da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para fomento a parques tecnológicos em todo o País. E também trabalha em algumas iniciativas junto ao setor privado em busca de apoio para viabilizar seus projetos.
“Sempre temos procura de empresas que querem levar suas atividades de inovação para o parque. Como estamos no limite da ocupação, estamos tentando levantar os recursos. Essa expansão seria fundamental para transformar o BH-Tec, Belo Horizonte e Minas Gerais, efetivamente, em um polo tecnológico”, diz.
O resultado do edital da Finep sai no fim do mês. Mas Crocco explica que se trata de uma disputa nacional e que há outros importantes parques no páreo, inclusive mineiros. O Parque Tecnológico de Belo Horizonte pediu R$ 15 milhões, o que seria suficiente para a construção de um novo prédio de 3 mil metros quadrados, que sediaria o Centro de Inteligência e Sustentabilidade.
“Seria um local especialmente para isso. Mas, independentemente desses recursos, já iniciamos as atividades virtualmente. Temos o ‘Quíntupla Hélice’, aprovado pela Fapemig. A missão desta iniciativa é conectar as inteligências e tecnologias do ecossistema de Minas para resolver problemas complexos em sustentabilidade em conjunto com setores produtivos estratégicos”, afirma.
Entre os objetivos do projeto está a conexão entre os setores estratégicos: empresas, startups, instituições do terceiro setor e governamentais para o desenvolvimento de tecnologias ligadas ao assunto. É um programa que começou a ser desenvolvido agora e que levaria de dois a três anos para, de fato, acontecer. Mas já conta com parceria com o centro de pesquisa da UFMG. A meta é acelerar 30 startups da área em até três anos.
Demanda de empresas e centros de tecnologia – Mas a demanda pela expansão do BH-Tec não se restringe a isso. O executivo ressalta que a demanda por novos espaços vem de empresas e também de outros centros de tecnologia. Hoje o Parque Tecnológico abriga dois. Tamanho interesse é fruto dos resultados promovidos pelas operações instaladas no local.
Para se ter uma ideia, desde 2012 já foram mais de 30 patentes aprovadas. Apenas do ano passado para cá foram 12 pedidos submetidos e quatro aprovados. “O parque não é um condomínio de empresas, mas um ambiente de inovação. Um local onde a gente busca transformar a patente em nota fiscal. Nossas empresas já faturam quase R$ 600 milhões e os impostos gerados chegam a R$ 50 milhões”, destaca.
E, como forma de externar os resultados na prática para sociedade, realizou, na última semana, a Vitrine BH-TEC, uma mostra de cerca de 20 empresas abrigadas no parque. Durante dois dias, as empresas apresentaram soluções desenvolvidas através de inovação. Tinha de agrotóxico que pode até mesmo ser espirrado nos olhos, feito a partir de resíduos da mineração, a um equipamento jamais desenvolvido em todo o hemisfério Sul.
Além das exposições interativas de produtos e serviços ofertados pelas empresas residentes nos segmentos de saúde, engenharia e meio ambiente, o evento também contou com palestras sobre tecnologia e mercado inovador.
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