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Cia Fabril Mascarenhas utiliza tecnologia de ponta

Quarta revolução industrial já é uma realidade na planta de Alvinópolis, que produz 1,2 mi de metros de tecidos/mês
Cia Fabril Mascarenhas utiliza tecnologia de ponta
As atividades da Fabril Mascarenhas impulsionaram a economia local e originaram Alvinópolis | Crédito: DIVULGAÇÃO / cia fabril mascarenhas

A Cia Fabril Mascarenhas, sediada em Alvinópolis, na região Central do Estado, integra o seleto grupo de negócios familiares mineiros que se sustentam por tantos anos no Estado. Após vivenciar e sobreviver a diferentes momentos históricos, econômicos e políticos no decorrer dos últimos 135 anos, a empresa superou também os percalços impostos pela pandemia de Covid-19, direcionando suas linhas para a produção de tecidos para máscaras.

Passado o pior da crise sanitária, a empresa retomou os trabalhos para fabricação de tecidos 100% algodão. Com um parque fabril moderno e tomado pela indústria 4.0, a Cia Fabril Mascarenhas produz 1,2 milhão de metros de tecidos por mês, vendendo-os para todo o País. Mas é no mercado de tecidos de chita que a Cia Fabril Mascarenhas se destaca. É líder nacional na produção do tecido – marca registrada do período junino em todo o País.

“Nossa produção de chita equivale à extensão da estrada de ida e volta entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Nesta época do ano, batemos recorde de venda e produção. Tivemos o impacto dos últimos dois anos em função da pandemia, mas neste agora, com a volta das festas, voltamos a ter encomendas. Não chegamos a um crescimento em relação aos anos anteriores, mas já é uma retomada”, comemora a diretora de Marketing,Júlia Mascarenhas.

Para permitir tamanho alcance, a unidade fabril conta com maquinários dotados de tecnologia de ponta, como teares a jato de ar e fiação open-end, que elimina algumas fases do processo industrial. Além disso, a central de acabamento acaba de receber equipamentos para tingimento de tecidos com corantes reativos – a grande novidade de 2022.

“Estamos em fase de testes para a produção de tecidos coloridos. O que tínhamos até então eram estampados, agora teremos lisos com cores sólidas. A opção será lançada ainda este ano. Esta é mais uma das inovações que vimos nos últimos anos tanto na modernização dos processos, investindo em maquinários e capacitação, quanto em portfólio”, detalha a diretora.

Atuais gestores, 4ª geração da família, inspiram-se no espírito empreendedor dos antepassados | Crédito: DIVULGAÇÃO / cia fabril mascarenhas

Início das operações

A história da Fabril Mascarenhas teve início em 14 de junho de 1887, quando uma pequena indústria de tecidos foi criada no arraial de Paulo Moreira, interior de Minas Gerais. Naquela época, as atividades da indústria impulsionaram a economia local e deram origem à cidade de Alvinópolis.

Em 1912, a fábrica foi adquirida pelo Coronel Aristides José Mascarenhas, Doutor Frederico Augusto Álvares da Silva e Comendador José Maria Afonso Baeta e adotou o nome Companhia Fabril Mascarenhas.

Os atuais gestores integram a quarta geração da família e buscam se inspirar no espírito empreendedor dos seus antepassados. Eles atribuem a solidez da companhia de tecidos à história de empreendedorismo de seus fundadores, que sempre acreditaram no negócio, independentemente do contexto do País.

Também recordam que a empresa viveu muitos desafios, como o incêndio que destruiu a fábrica em 1939. Em 1941, reergueram uma planta ainda mais moderna no mesmo lugar. Mas os desafios vinham do próprio cenário, com duas guerras mundiais, período de instabilidade política e econômica na época da ditadura militar e da hiperinflação no Brasil. 

Ainda assim, os administradores mantinham o otimismo e realizavam importantes investimentos. Na década de 80, por exemplo, a empresa inovou com a implantação de uma nova central de acabamentos com tecidos estampados, o que permitiu à indústria estampar em tecidos largos, que são aqueles destinados à roupa de cama.

Nos anos 90, a empresa também investiu em maquinário para fiação e tecelagem, automatizando boa parte do seu processo e diminuindo o quadro de 1.300 funcionários para 450. Hoje são 400 trabalhadores. 

Além da fábrica, a empresa ainda possui duas usinas hidrelétricas no município de Dom Silvério, na Zona da Mata, o que gera para a operação grande economia com custo de energia elétrica.

Nos anos 90, a Cia Fabril Mascarenhas investiu em maquinário para fiação e tecelagem | Crédito: DIVULGAÇÃO / cia fabril mascarenhas
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