Finanças

Citi melhora projeção, prevendo elevação do PIB em 2,7% neste ano

Entidades também divulgaram expectativas mais otimistas
Citi melhora projeção, prevendo elevação do PIB em 2,7% neste ano
Indústrias estão revisando previsão para cima em razão do crescimento na produção do setor | Crédito: Arquivo/ABr

São Paulo/Rio de Janeiro/Brasília – O Citi melhorou  na sexta-feira (2) sua previsão para a expansão da atividade econômica brasileira em 2022 para 2,7%, contra estimativa anterior de 2,0%, na esteira de desempenho melhor do que o esperado do Produto Interno Bruto no segundo trimestre.

Na quinta-feira, o IBGE informou que o PIB cresceu 1,2% no período de abril a junho deste ano em relação ao trimestre anterior, impulsionado pela recuperação do setor de serviços, bem como pelo aumento do consumo das famílias e dos investimentos.

“No geral, o PIB do segundo trimestre apresentou um crescimento bastante forte da demanda doméstica”, avaliou o Citi em relatório, somando-se a outras instituições que na véspera melhoraram os prognósticos para o crescimento do Brasil neste ano.

Ainda assim, “olhando para o futuro, esperamos que a desaceleração global, a política monetária contracionista e a desaceleração do mercado de crédito doméstico se tornem ventos contrários à atividade econômica”, alertou o banco norte-americano, que manteve sua projeção de crescimento para 2023 em 0,3%.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Associações industriais – Após a divulgação do crescimento acima do esperado no PIB do segundo trimestre, a  Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) elevou suas projeções para o segmento neste ano, passando de um crescimento de 10% para 11% em 2022.

A Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) revisou seus cálculos de 2,3% para uma média de 3%. De acordo com a entidade, a produção em julho cresceu 9%, com um acumulado de 3% no ano.

Os cenários otimistas se somam a uma onda de revisões para cima, divulgadas nesta quinta em setores como tecido, restaurantes, plástico, dispositivos médicos e construção.

Para o Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo, a expectativa para o PIB da construção em 2022 passou de um crescimento de 3,5% para algo em torno de 4,5% a 5%. A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) , estima que o PIB de seu segmento vai ficar perto de 3%.

Crescimento regional

As regiões do País apresentaram crescimento econômico disseminado, com exceção do Sudeste que registrou relativa estabilidade. A avaliação é do Banco Central (BC) e consta do Boletim Regional, publicação trimestral que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do país, divulgada nessa sexta-feira, em Brasília.

A estabilidade do Sudeste, no segundo trimestre, ocorreu devido o recuo dos serviços financeiros e o arrefecimento da expansão do comércio. Por outro lado, nacionalmente, o crescimento foi mais disseminado do que no primeiro trimestre com expansões significativas em outras regiões.

Segundo o boletim, a economia do Sudeste perdeu ritmo no segundo trimestre, com o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) variando negativamente em 0,1% no trimestre, em relação ao trimestre imediatamente anterior (1,6%).

O BC informou, também, que o resultado foi influenciado pelo desempenho de São Paulo, que teve queda de 0,5%. Os demais estados do Sudeste apresentaram avanço, com destaque para Minas Gerais, com alta de 1,5% na atividade. No acumulado em 12 meses até junho, a economia da região registrou incremento de 2,6%.

“O aumento das vendas do comércio desacelerou para 0,2% no segundo trimestre em relação ao anterior, quando havia crescido 1,5%. Houve avanço em cinco dos dez segmentos pesquisados, com destaque para equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, além de combustíveis. Em sentido oposto, setores mais sensíveis ao crédito e à elevação da taxa de juros, como os de material de construção, veículos, motocicletas, partes e peças e móveis e eletrodomésticos, apresentaram retração”, explicou o boletim.

De acordo com o BC, o setor de serviços continuou o processo de retomada pós-pandemia, com avanço em todos os segmentos, especialmente o de serviços prestados às famílias. “Nesse sentido, o volume de serviços não financeiros apresentou expansão de 2% no segundo trimestre, mantendo o bom desempenho observado nos três meses anteriores (1,8%) e superando o nível pré-pandemia”.

A avaliação do Banco Central é que as políticas temporárias de apoio à renda e os auxílios dados pelo governo federal à população, tendem a favorecer a expansão no consumo das famílias, com impactos positivos no comércio e no setor de serviços. Por outro lado, “a indústria ainda deve repercutir as dificuldades nas cadeias de suprimento de insumos e a elevação dos custos de produção”. (Joana Cunha/Folhapress, Reuters e ABr)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas