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Questões sociais na Economia Circular

Questões sociais na Economia Circular

A Economia Circular é uma terminologia proveniente de inúmeras escolas de pensamento relacionadas ao grande “guarda-chuva” de sustentabilidade (tais como: do berço-ao-berço; ecologia industrial, economia da performance, economia azul, design regenerativo, capitalismo natural, simbiose industrial, entre outras). Entretanto, foi mais amplamente divulgada pela Fundação fundada pela velejadora inglesa Ellen MacArthur. Que, tal como a família Schurmann, vivenciou as consequências negativas das atividades humanas “em terra” para os mares e oceanos. Diferentemente de inúmeros de nós, acabou criando uma mobilização de uma rede de stakeholders vinculados a indústria, ONGs (Organizações Não Governamentais), academia e serviços, visando o engajamento da sociedade em torno do ideal da Economia Circular.

A Economia Circular é atualmente pensada em termos de modelos de negócio, afinal, busca sobretudo o crescimento econômico sustentável, mantendo as condições do meio ambiente. E este é, aparentemente, o maior apelo ao mundo dos negócios. Obviamente, acaba por impactar nas questões sociais, embora não enderece explicitamente estes aspectos. Por exemplo:

Com a redução da poluição, há naturalmente uma redução de doenças e melhoria na qualidade de vida da humanidade;

Com a redução das mudanças climáticas, fala-se praticamente da sobrevivência do homem no Planeta;

Com redução da exploração dos recursos naturais (via reutilização, compartilhamento, redução de insumos, reciclagem, remanufatura, recondicionamento, manutenção, modularização, oferta de produto-serviço, entre outros), favorecermos e regeneração do planeta e empregamos uma parcela de esforço para oferecer nossas condições atuais para as gerações futuras utilizarem na produção de seus bens e serviços.

Especialmente em nosso País, questões sociais mais diretamente envolvidas nos modelos de negócio circulares, envolvem renda e trabalho para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Os altos índices do País relacionados à reciclagem de alumínio é uma evidência do quão impactante pode ser a reciclagem na vida de inúmeros “catadores” pelo Brasil afora.

Resta-nos usar nossa criatividade e nosso poder de mobilização como cidadãos que fazem inúmeras escolhas diárias para alavancar novos modelos emergentes de Economia Circular. Afinal, apenas 8,6% da Economia mundial é circular, quando precisaríamos de pelo menos 17% para manter o planeta vivo. Nossa responsabilidade para com o planeta, e a sociedade em vulnerabilidade, depende de trabalho em equipe, e engajamento na mudança de modelo mental. Isso pode trazer a viabilidade econômica e a escala que tanto precisamos para desenvolver negócios circulares.

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