Opinião

EDITORIAL | Objetivos nos unem

EDITORIAL | Objetivos nos unem
Crédito: REUTERS/Carla Carniel

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva já disse que governará para todos os brasileiros e, com alguma dose de surpresa, cuidou de registrar, no seu primeiro pronunciamento após conhecida a vitória, que o resultado veio da soma de esforços da coligação que liderou e dos partidos que dela fazem parte. Também afirmou que reunificar o País, afastando divergências e buscando convergências, está entre suas mais urgentes tarefas, posto ser condição para os avanços pretendidos. São sinais alentadores e que precisam ser bem compreendidos. Exatamente como apontaram alguns dos principais líderes mundiais em suas mensagens a Lula, assinalando a integridade do processo eleitoral, da própria democracia e saudando as possibilidades de um melhor e mais produtivo convívio entre o Brasil e a comunidade internacional.

Para que avanços sejam possíveis e as divergências apagadas, é preciso compreender melhor, objetivamente, o processo que o País viveu nos últimos anos e pelo qual todos pagamos e ainda pagaremos um alto preço. A votação de domingo revelou, ou confirmou, uma divisão pela metade e com tensões bastante fortes e que a todos enfraquece, ainda que a maioria apenas espectadores passivos de manobras que se deram em outro patamar. Tratava-se, simplesmente, de construir um atalho para alcançar a rampa do Palácio do Planalto, tudo alimentado por muitas ambições e nenhuma virtude, ainda que denúncias de corrupção e promessas de uma grande limpeza fossem os principais argumentos de mobilização, gerando ódios que nada têm de racional, tanto que não percebem, ou fingem não perceber, que sem nada de novo a história apenas se repetia agora numa contaminação viral.

Entender que mais uma vez foi apenas e tão somente um grande arranjo de conveniência para alguns e os pruridos éticos um falso pretexto, o que ficou suficientemente claro antes de que se pudesse imaginar, será apenas o primeiro passo para a volta da normalidade, para o reencontro em que, sem dúvida alguma, a maioria dos brasileiros expressa os mesmos anseios, como a retomada do crescimento econômico e a redução das desigualdades, criando-se  condições para que os mais carentes possam ser atendidos. Para que o Estado se livre do peso morto que carrega e seja capaz de entregar satisfatoriamente suas obrigações nos campos da saúde, educação e segurança com a consequente estabilidade que gere investimentos e prosperidade.

Não há como duvidar que estes sejam objetivos comuns a quase todos os brasileiros, o que faz entender que podemos estar diante de uma tarefa mais simples do que se imagina.

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