MG cresceu mais que a média brasileira

Em 2022, as exportações de carne de frango feitas por Minas Gerais apresentaram forte crescimento. Ao todo, foram movimentados com os embarques US$ 336 milhões, valor que superou em 40% o resultado de 2021. A escassez de proteína animal em vários mercados, em função dos surtos de gripe aviária, elevou a demanda e oportunidades para as carnes mineiras e brasileiras, já que não há casos locais. Para 2023, a tendência é que as exportações se mantenham firmes.
De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Minas Gerais, em 2022, exportou 159,1 mil toneladas de carne de frango, volume que superou em 9,3% o montante embarcado ao longo de 2021. No período, as negociações com o mercado externo ficaram 40% maiores e chegou ao valor de US$ 336 milhões.
O aumento significativo do faturamento, além da alta de quase 10% em volume, foi motivado também pela valorização da tonelada. O volume, que em 2021 era negociado a US$ 1.642,10, valorizou 28,49% e encerrou 2022 com a média de US$ 2.109,96.
A demanda no mercado externo aquecida, principalmente pelos casos externos de gripe aviária, aliado ao câmbio favorável e preços remuneradores foram fatores que estimularam as empresas mineiras a exportarem mais.
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O diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua, explica que Minas Gerais é um importante estado exportador da proteína de frango, sendo o sétimo maior do País e representando 3,4% do total das exportações do setor nacional
“Minas Gerais, em 2022, aumentou as exportações de carne de frango na razão de quase 10% em relação a 2021. Foi um resultado muito positivo. O Estado cresceu mais que a média brasileira, que foi de 4,6% em 2022. As empresas mineiras têm feito esforços para diversificar o mercado atendido, buscando canais alternativos, estando mais próximo aos clientes e também mais presentes nas feiras internacionais. Tudo isso é importante para o bom desempenho”, explicou.
Dentre os principais destinos da carne de frango estão a China, Emirados Árabes Unidos, Singapura, Arábia Saudita e Coreia do Sul.
Ainda segundo Rua, o aumento dos embarques tem sido importante para a cadeia produtiva, que, nos últimos anos, enfrenta um aumento expressivo dos custos de produção puxados, sobretudo, pela alta do milho e da soja.
“Exportar tem sido uma alternativa interessante, principalmente, pelo preço no mercado externo e pelo momento que estamos vivemos. Há dois anos, o setor enfrenta o aumento dos custos com milho e soja, que correspondem a quase 70% do custo total do frango vivo. Foi um aumento bem expressivo de 150% a 170% nos últimos dois anos. Por isso, ampliar as vendas com o mercado externo é uma alternativa importante para que as empresas tenham retorno e continuem a fornecer a proteína para mais 150 países e também para garantir alimento no mercado local do Brasil”, disse.
Perspectivas são positivas para 2023
Para 2023, as estimativas são de novo aumento nos embarques. Ruas explica que um dos fatores que podem contribuir para a expansão das negociações locais são os surtos de gripe aviária no mundo.
“O Brasil nunca teve essa enfermidade devido à nossa segurança sanitária. Desde que chegou ao continente americano, a gente tem reforçado o controle de biosseguridade, que é nosso passaporte de excelência. Se a gente avaliar que os Estados Unidos estão com surto de influenza, a União Europeia enfrentando uma crise severa de gripe aviária e com os custos de energia em alta, este fatores acabam impactando a expectativa de produção dos EUA e UE, que estão entre os maiores exportadores. Então, o Brasil se coloca à disposição neste momento de recuperação no mundo e da volta do consumo pelo fim da pandemia”.
Ainda segundo Rua, mesmo pensando na evolução das exportações, o setor segue também focado em garantir o abastecimento interno.
“Temos perspectiva positiva para as exportações em 2023, mas sem descuidar do nosso principal mercado, que é o interno. Exportamos para 150 países cerca de 35% da nossa produção, mas nosso maior mercado é o Brasil, que consome 65% do que produzimos. Não vamos descuidar do consumidor brasileiro, mas vamos buscar oportunidades que ajudem a reduzir os impactos severos dos custos de produção”.
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