Jogar luz nas trevas

O acelerado desenvolvimento da microeletrônica possibilitou que a informática se transformasse continuamente e em velocidade exponencial. Hoje uma das empresas líderes do setor informa comercializar chips capazes de processar 14 bilhões de informações por segundo. Com o mesmo impulso cresceram e ficaram mais baratos os sistemas de arquivamento de dados, enquanto a internet ganhou velocidade e capacidade igualmente crescentes. Tudo isso, que surgiu da esfera militar, deveria ter chegado para o bem, para incrementar a troca de informações, os processos educacionais, além de aproximar pessoas.
No plano teórico, algo próximo do ideal, em escala – como a telefonia celular – jamais imaginada. Na prática tudo bem diferente e numa escala absolutamente assustadora, servindo à criminalidade e à política. Tudo isso a nível planetário e com força suficiente para subverter a ordem e fortalecer movimentos políticos portadores do gene do nazismo e do fascismo. Não são especulações, são fatos já identificados em países europeus e que atravessaram o Oceano Atlântico para desembarcar no Brasil de forma suficientemente conhecida. Sem estes aparatos, isso é fora de dúvida, os acontecimentos do dia 8 passado não teriam existido.
Não falamos de hipóteses ou de riscos potenciais. Disso bem sabem os ingleses, hoje arrependidos por se retirarem da Comunidade Europeia, o que lhes custa uma crise econômica sem precedentes depois da Segunda Grande Guerra e os coloca diante do vazio. A propósito, já se comenta que, tão discretamente quanto possível, aos poucos a Grã-Bretanha retornará à Comunidade Europeia até porque lhe falta alternativas. Não será o caso, mais uma vez, de apenas reconhecer que a humanidade está pagando mais uma vez por sua crônica estupidez. É o caso sim de reagir e fazê-lo tendo em conta as proporções da ameaça. Não é conversa fiada, não é mais um daqueles assuntos que são discutidos eternamente e sem conclusões.
Os fatos, as informações já disponíveis, inclusive com relação aos controladores dessas redes, exigem respostas e, ao contrário do que alguns dizem, absolutamente não se trata de reduzir liberdades mas, no oposto, de garanti-las no seu sentido pleno e verdadeiro. Onde evidentemente não existe espaço para mentiras, para manipulações abjetas, enfim, para tudo aquilo que vai contra o bem comum, aí incluídos os pilares da democracia, dos sistemas políticos saudáveis.
Deter esse processo de deterioração, de virtual apodrecimento de valores que não devem ser esquecidos, já não é apenas tarefa urgente e sim questão de sobrevivência.
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