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Do excêntrico ao fantástico, o Cinema de Tim Burton aterrissa em BH

Olhar sem preconceitos, além da celebração do diferente, é o que destaca os filmes do cineasta e também é explorado na exposição
Do excêntrico ao fantástico, o Cinema de Tim Burton aterrissa em BH
Edward Mãos de Tesoura é uma das grandes obras do cineasta | Crédito: Divulgação

Para a felicidade dos fãs, que aguardavam ansiosamente, a mostra O Cinema de Tim Burton enfim já pode ser vista no museu CCBB em Belo Horizonte. O objetivo da exposição, que começa nesta quarta-feira (1º), é mostrar a essência do cineasta californiano, conhecido pela atraente excentricidade.  

O diretor norte-americano, desde os seus primeiros filmes, mostra que o diferente é que é legal, mesmo a diferença sendo mãos de tesoura, uma noiva zumbi, viver num país das maravilhas ou, ainda, ter orelhas grandes demais capazes de te fazer voar. O olhar sem preconceitos, além da celebração do diferente, é o que destaca os filmes de Burton e também é explorado pelo curador da mostra Breno Lira Gomes, grande fã do diretor. 

A exposição conta com 42 filmes, sendo 23 dirigidos por Burton, 1 produzido por ele (O Estranho Mundo de Jack) e 18 longas que inspiraram e refletem a essência do artista. A mostra é uma retrospectiva na carreira do diretor, apresentando diversos filmes com Helena Bonham Carter – ex-esposa de Burton –, Johnny Depp, filmes premiados como A Noiva Cadáver, Sweeney Todd, Beetlejuice e Vincent, e até filmes como O Gabinete do Dr. Caligari e Drácula, essenciais para sua formação. 

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Para o curador, os verdadeiros monstros dos filmes são as pessoas consideradas normais e o padrão da sociedade, que se aproveitam da ingenuidade e inocência das criaturas que são negadas e ridicularizadas por serem diferentes. “Você é você, e essa é a sua particularidade, e as pessoas têm que aprender a conviver com a sua particularidade”, analisa Breno Gomes. 

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A mostra estará aberta a visitação a partir desta quarta-feira e vai até 6 de março e contará com debate, masterclass, palestra, sessões com recursos de acessibilidade e até sessões de cosplay e maquiagem para toda a família, especialmente nos dias 04 de fevereiro e 04 de março, o que fez sucesso entre os visitantes no Rio de Janeiro.

“Você é você, e essa é a sua particularidade, e as pessoas têm que aprender a conviver com a sua particularidade”, analisa Breno Gomes | Crédito: Divulgação

Expectativa de público é de 5 mil pessoas

A exposição do Rio de Janeiro, aliás, que já completa sua quarta semana, recebeu quase 5 mil pessoas, número esperado também aqui na capital mineira. A equipe do CCBB contou, para fazer as três exposições – São Paulo também recebeu a mostra -, com cerca de R$ 400 mil. Segundo Breno, os recursos foram bem aproveitados, tendo em vista o valor dos filmes, que foram comprados em dólar. 

O ingresso para ver as obras está a preço popular, R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia entrada, mas as atividades paralelas são gratuitas e mais informações sobre elas podem ser conferidas no site do CCBB. 

O CCBB também chamou o designer Anderson Horta para cuidar de um espaço super instagramável para todos aqueles que forem assistir aos filmes poderem tirar uma foto. Alguns personagens do Tim Burton podem ser encontrados nele, junto com a própria essência do diretor. A reportagem do DIÁRIO DO COMÉRCIO visitou a instalação e mais detalhes podem ser conferidos nas nossas redes sociais. 

Os primeiros filmes de hoje são: As Grandes Aventuras de Pee-Wee, às 15h, e Os Fantasmas Se Divertem, às 17h, seguido do debate “O Estranho Mundo de Tim Burton”. Sábado, no dia das ações de maquiagem para toda a família e personagens dos filmes andando pelo museu, os filmes serão O Estranho Mundo de Jack, Drácula (1931) e Sombras da Noite. 

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Tem Brasil no mundo de Tim Burton?

Apesar do diretor ser da Califórnia (EUA), em uma de suas visitas ao Brasil, durante o Carnaval, ele disse: “Me sinto mais em casa aqui do que no meu país. Aqui as pessoas se expressam mais. E olha que só estou aqui há dois dias”. 

Além do grande amor do artista pelo nosso País, o curador do Cinema de Tim Burton no CCBB diz que acredita que o Brasil já apareceu sim em uma de suas obras. Para quem já assistiu à A Fantástica Fábrica de Chocolate, pode lembrar que na cena que o Willy Wonka conhece os oompa loompas, eles estão em uma floresta com bastante cacau, e, para Breno, essa pode ser a nossa famosíssima Floresta Amazônica. 

Mesmo com os cenários da maioria dos filmes de Burton sendo em mundos fictícios, nada impede que os fãs acreditem que existe sim um pouquinho do Brasil no fantástico mundo do grande Tim Burton. 

*Estagiária sob supervisão da edição.

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