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Feira BH + Estilo Plus agita mercado mineiro de moda

BH + Estilo Plus será realizado no Minascentro entre 4 e 5 de fevereiro e contará com 50 expositores de todo o País
Feira BH + Estilo Plus agita mercado mineiro de moda
Setor de moda plus size no Brasil movimenta R$ 9,6 bilhões atualmente e a expectativa é atingir um faturamento de aproximadamente R$ 15 bilhões | Crédito: Thaís Stany / Divulgação

Ainda subdimensionado e com atendimento bastante precário, o mercado de moda plus size está em evidência e promete bom retorno aos investidores atentos às necessidades e gostos desse público. No Brasil, a perspectiva de crescimento é, segundo a Associação Brasileira Plus Size (ABPS), de 10% ao ano. Nos últimos dez anos, seguindo a tendência mundial, o crescimento nacional foi de 75,4%.

O mercado é promissor no mundo todo, com faturamento de US$ 29 bilhões (cerca de R$ 148 bilhões) nos EUA e de R$ 9,6 bilhões no Brasil em 2021. A previsão é faturar cerca de R$ 15 milhões/ano em até cinco anos no Brasil e 25% do varejo possui em sua grade regular tamanhos plus size.

Em Minas Gerais, produtores de moda plus size se espalham pelo território e a Capital reúne parte deles na tradicional feira BH + Estilo Plus, que chega à 16ª edição. O evento vai acontecer nos dias 4 e 5 de fevereiro, no Minascentro, na região do hipercentro.

De acordo com a coprodutora da feira, Lila Hott, serão cerca de 50 expositores de Minas e outros estados e esta edição vai ter como tema o Carnaval, com diversas opções de roupas e adereços para a festa mais popular do País.

“Estamos muito animados. É a primeira vez que fazemos a feira no Minascentro, espaço tradicional das feiras de negócios em Belo Horizonte e de fácil acesso. Além disso, contamos com o apoio da Belotur (Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte) e da Prefeitura, integrando o calendário oficial de eventos da Capital”, comemora Lila Hott.

A BH + Estilo Plus traz lançamentos, moda de praia, agênero, feminina, masculina, casual, alfaiataria, estamparia, lingerie, paetê, lurex, modinha, cintos, bolsas, sapatos, colares, pulseiras, brincos e acessórios em geral. Conta também com alguns brechós. A expectativa é receber entre 2 mil e 3 mil pessoas.

A programação conta também com rodas de conversa sobre os temas “Moda plus size em BH – oportunidades para o turismo de negócios”, tendo como convidados o turismólogo Saulo Lisboa, a consultora de moda Anelise Hott e a modelo Carolina Bresolini; e ”Nutrição comportamental para uma vida saudável”, convidando a nutricionista Julia Romano, a blogueira Layla Brígido, a empresária de moda Sandra Costa e a modelo Carol Bresolini.

“A feira é mais que um espaço de compras, é, principalmente, um espaço de acolhimento. A maior parte dos participantes, inclusive nós organizadores, entramos nesse mercado porque não éramos atendidos nas nossas necessidades como pessoas gordas. Então tentamos fazer o evento que gostaríamos de ir. A maioria dos nossos expositores são pequenos produtores que movimentam a economia local. A BH + Estilo Plus quer ser esse canal que dá visibilidade a uma moda autoral, moderna e pensada para esse público que é ávido por produtos de qualidade e que não está mais disposto a ter que se adaptar ao que não foi feito para ele”, pontua a empresária.

Sandra Costa lançou a primeira coleção da Tiçàmpê em dezembro de 2020 | Crédito: Divulgação

Produção – do local ao internacional

Entre os expositores está a modelista e sócia da Use Artezano, Cecília Moreira Maia Bernardes. Empreendedora há quatro anos, junto com o marido, começou a se dedicar à moda plus size há três anos e a produzir as próprias peças desde o início de 2021 por não encontrar as roupas que gostaria de usar entre as que ela própria vendia. Hoje já produz cerca de 50% do seu mix de roupas.

Além da loja física em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ela vende pelo Instagram e sonha em ter loja em um shopping center.

“O interesse surgiu porque eu também sou plus size. Já tinha uma loja, mas nada me servia. Hoje meu objetivo é trazer modernidade para as peças, especialmente em relação ao tecido. A maioria do que encontramos no mercado não tem uma boa modelagem. Esse é um bom segmento para trabalhar, com um público que sabe valorizar as boas peças. Hoje 80% das minhas vendas são via internet e a loja física é um ponto de apoio. Tenho vontade de ter uma loja em um shopping porque esse é um espaço ainda pouco aberto aos gordos. É uma questão comercial e também de visibilidade social”, afirma Cecília Bernardes.

Já em Ribeirão das Neves, também na RMBH, a empreendedora Sandra Costa viu a sua marca de moda praia desaparecer durante a pandemia e dar lugar à Tiçàmpê – que no idioma caiapó significa “abraçar”. Fazendo tudo praticamente sozinha, lançou a primeira coleção em dezembro de 2020 e viu as peças “sumirem” em 15 dias.

“Empreendo nesse mercado desde 2010, era uma demanda minha. A minha marca de moda praia surgiu da minha necessidade. Durante a pandemia todo mundo passou por uma mudança de estilo muito grande. Foi uma experiência de quase morte e voltamos com vontade de viver tudo o possível. A Tiçàmpê já nasceu com o sonho de vender para fora. Tive a possibilidade de conhecer mercados externos e entender essa demanda e curiosidade sobre os produtos brasileiros. Somos uma marca on-line – via Instagram – e participamos de eventos especializados pelo País”, destaca Sandra Costa.

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