Finanças

Empresas de crédito esperam retomada

Setor registrou estabilidade em 2022, com faturamento de R$ 30 bilhões
Empresas de crédito esperam retomada
Ribeiro afirma que apesar da estabilidade, o ano passado foi positivo para o setor | Crédito: Léo Guedes / Divulgação

Em 2023, as empresas de crédito (factorings, securitizadoras e Empresa Simples de Crédito (Esc), em Minas Gerais, devem retomar o ritmo de crescimento. A estimativa é superar em 10% o faturamento de R$ 30 bilhões movimentado pelo setor, no Estado, em 2022 e que ficou estável frente ao ano anterior.

Segundo Roberto Ribeiro, presidente do Sindicato das Empresas de Factoring de Minas Gerais (Sindisfac-MG), vice-presidente da Associação Brasileira de Factoring, Securitização e Empresas Simples de Crédito (Abrafesc) e sócio-diretor da Simples Antecipação de Recebíveis, apesar das empresas terem se mantido estáveis em 2022, tanto em volume de operações como em faturamento o resultado foi muito positivo. 

“Apesar da estabilidade nos negócios, 2022 foi um ano excelente que superou as nossas expectativas. Tivemos uma estabilidade no volume operado, o que já era esperado e vimos uma corrida maior das empresas buscando pelos serviços. Com o incremento da taxa de juros, muitas empresas – pelo  risco maior e aumento do custo de captação –  acabam operando menos por opção”.

Ainda segundo Ribeiro, é importante ressaltar que a estabilidade de 2022 aconteceu sobre os resultados de 2021, ano em que o desempenho foi muito favorável devido à crise gerada pela pandemia de Covid-19. 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


“O ano de 2021 foi de uma retomada muito grande, é uma base forte de comparação. Esperamos voltar a crescer em 2023. As empresas que estão atuando no mercado, estão melhores. Pelas dificuldades enfrentadas, o mercado filtrou e as empresas que sobreviveram ficaram mais fortes. Isso vai ajudar o setor a retomar o crescimento”.

As empresas de antecipação de recebíveis têm papel fundamental no mercado. Além de atuarem na antecipação de recursos, elas atendem qualquer empresa que tenha créditos para receber, seja pela venda de produtos, bens e serviços. Devido à abrangência, ao longo de 2022, o mercado de crédito – que é constituído pelas factorings, securitizadoras, Empresa Simples de Crédito (ESC) e também pelos Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (Fidc) movimentou em Minas Gerais cerca de R$ 55 bilhões.

“Apesar do nosso sindicato não representar os Fidcs, eles compõem os prestadores de serviços de antecipação de recebíveis, que é nosso principal produto. Em 2022 os Fidcs movimentaram R$ 25 bilhões e o mercado de crédito R$ 30 bilhões. É um movimento de quase R$ 60 bilhões no segmento de crédito”.

No ano passado, as empresas de crédito atenderam 275 mil micro e pequenas empresas atendidas pelo País, sendo cerca de 40 mil somente em Minas Gerais. Indiretamente, o setor contribui para a manutenção de 6 milhões a 7 milhões de postos de trabalho. 

Fraudes preocupam Entre os desafios enfrentados pelo setor está o aumento de fraudes em recuperações judiciais fraudulentas. “Tem empresas que tomam muito crédito em várias empresas do País e, de repente, aparecem listadas entre empresas com pedido de recuperação judicial. Elas ficam com esse dinheiro e a Justiça não consegue, efetivamente, acabar com esse problema que é muito grave no segmento”.

Além disso, segundo Ribeiro, outro gargalo é a “indústria limpa nome”, onde empresas e pessoas com restrições ao crédito compram liminares obrigando a retirada dos CPFs ou CNPJs das listas de restrições ao crédito. “Quando uma empresa do nosso setor vai consultar o CNPJ aparece que está limpo, o que não é real. Isso prejudica demais e geram muitos prejuízos”.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas