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Microapartamentos estão em alta na Capital

Segmento é um dos que mais estão se valorizando em Belo Horizonte, aponta levantamento feito pela Loft
Microapartamentos estão em alta na Capital
Dados da Loft apontam que o metro quadrado dos microapartamentos na capital mineira atingiu R$ 9,7 mil | Crédito: Adobe Stock

Os apartamentos de até 30 m², conhecidos como microapartamentos ou apartamentos compactos estão em alta na capital mineira, é o que revela um estudo realizado pela startup do setor imobiliário Loft. O preço do metro quadrado para esse tipo de imóvel residencial subiu 3,4% entre julho e agosto de 2022. Em dezembro, o valor médio era de R$ 9,7 mil/m2.

O gerente de dados da Loft, Rodger Campos, conta que essa valorização pode ser explicada pelo comportamento de demanda, já que as pessoas estão buscando opções mais baratas de moradia e isso contribui para a valorização desses imóveis. Além disso, os apartamentos compactos também podem servir como forma de investimento, por meio dos aluguéis.

O levantamento aponta que em alguns bairros da capital mineira o preço do metro quadrado desses microapartamentos ultrapassa os R$ 12 mil. Uma dessas regiões é a Savassi, onde a mediana de preço, em dezembro, foi de R$ 12,5 mil; ou seja, um imóvel de 30 m² localizado neste bairro pode ser vendido por R$ 375 mil. Outros bairros como Cidade Jardim (R$ 11,5 mil), Serra (R$ 11,1 mil) e Estoril (R$ 10,7 mil) também possuem apartamentos compactos com um valor do metro quadrado acima da média.

Baixa oferta em BH

Mesmo com uma valorização no preço desses imóveis acima do registrado em outras capitais da região Sudeste, como São Paulo (3%) e Rio de Janeiro (2,4%), Belo Horizonte possui uma oferta menor desse tipo de imóvel, quando comparada com as capitais paulista e fluminense. Os apartamentos de até 30 m² correspondem a menos de 1% da oferta de imóveis na cidade; enquanto no Rio de Janeiro, eles respondem por 2,92% do mercado e em São Paulo por 2,5%.

Dentre os bairros da capital mineira, o Savassi era o que possuía a maior oferta de microapartamentos no mês de dezembro (15%), logo em seguida vinha o Centro (10%), Serra (9,8%), São Luiz (8,1%) e Santo Agostinho (5,8%).

Uma tendência em ascensão

O gerente de dados da Loft relata que a mudança sociodemográfica que ocorre no País – com menos casais tendo filhos ou se casando, além de uma redução na renda das pessoas – está interferindo na demanda por este tipo de imóvel, já que os microapartamentos atendem a esse público, por se tratar de imóveis menores e de baixo custo.

“Os compactos são uma tendência em ascensão no País, especialmente em grandes metrópoles. Normalmente localizados em áreas centrais, esse tipo de unidade também costuma ser uma porta de entrada para quem deseja comprar um imóvel. Isso porque o preço absoluto de um microapartamento tende a ser menor do que o de apartamentos grandes, mesmo o metro quadrado sendo maior”, afirma Campos.

Ele diz ainda que esses imóveis podem servir como alternativa para o programa Minha Casa, Minha Vida, mas não serão suficientes para ajudar a combater o déficit habitacional – principalmente entre as famílias mais pobres – pois os apartamentos compactos não atendem ao perfil dessas famílias.

Campos reforça que esses imóveis são mais procurados por pessoas com faixa etária entre 20 e 30 anos, solteiras, que não possuem filhos, e que estão a procura de apartamentos próximos do trabalho ou da faculdade (que geralmente estão localizados em regiões onde o preço do lote torna a construção de habitações voltadas às famílias de baixa renda quase inviável).

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