Faturamento da indústria mineira registra crescimento de 3,8% em 2022

Mesmo com adversidades, o setor industrial mineiro encerrou 2022 com crescimento em todos os indicadores. O faturamento, por exemplo, cresceu 3,8% e foi puxado pela indústria de transformação. Os dados fazem parte da Pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (Index), divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
De acordo com o levantamento, além das indústrias faturarem mais no ano passado, o índice de emprego subiu 0,7% e as horas trabalhadas na produção aumentaram 0,8%. Da mesma forma, a massa salarial saltou 3,6% e o rendimento médio avançou 2,8%. Já a utilização da capacidade instalada foi de 82,8%, o que representa altas de 0,1 ponto percentual (p.p.) em relação à média histórica (82,7%) e 0,2 p.p. do fechamento de 2021 (82,6%).
Para a economista da Fiemg Júlia Silper, a aceleração da indústria já era esperada, visto que o desempenho dos índices ao longo do ano já vinham positivos. Ela explica que alguns fatores foram obstáculos para o setor em 2022, entretanto, certas medidas implementadas pelo governo impulsionaram a evolução.
“Apesar do cenário adverso, pautado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, pela política de tolerância zero à Covid na China e pela Selic elevadíssima, a indústria fechou o ano positiva tanto nos indicadores de atividade quanto de mercado de trabalho. Atribuímos esses resultados às medidas de concessão de benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, e outros estímulos, como a liberação de recursos do FGTS, a diminuição de algumas alíquotas do ICMS e a redução do IPI. Isso tudo contribui para a maior disponibilidade de renda da população e favorece a atividade industrial”, avalia.
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Para este ano, a economista ressalta que o panorama de continuidade da inflação elevada e, consequentemente, da Selic, pode impactar negativamente o setor. Já o fim da política de Covid zero na China deve impulsionar os resultados para cima. Ela esclarece que a reabertura do país asiático deve demandar mais bens e serviços, “o que é uma oportunidade para Minas Gerais, principalmente para as indústrias exportadoras, como a extrativa mineral”.
Segmentos
Conforme o Index, as indústrias mineiras de transformação e extrativa tiveram resultados opostos em alguns indicadores no ano passado. O faturamento da primeira, por exemplo, foi 5,2% superior ao de 2021, enquanto o da segunda, foi 9,8% inferior. Do mesmo modo, o total de pessoas empregadas subiu 0,9% e caiu 2,1%, respectivamente. Já o percentual da capacidade de produção do primeiro segmento cresceu 0,4 p.p., e no segundo recuou 3,2 p.p.
De maneira distinta, a pesquisa mostra que as horas trabalhadas pelo pessoal empregado nas duas indústrias cresceram, sendo que na de transformação o aumento foi de 0,7%, e na extrativa, de 1,8%. O valor das remunerações pagas subiu 4% na indústria de transformação, enquanto na segunda, ficou estável e fechou o ano em 0%. Já a razão entre a massa salarial e o emprego cresceu 3% e 1,9%, respectivamente.
Resultado mensal
Apesar do bom desempenho anual, o último mês de 2022 foi positivo para alguns indicadores, mas negativo para outros. Em relação a novembro, o faturamento caiu 1% e o índice de emprego caiu 0,7%. Já a massa salarial e o rendimento médio cresceram 1,1% e 1,5%, respectivamente. Enquanto isso, as horas trabalhadas na produção aumentaram 0,2%.
Em relação a dezembro de 2021, o faturamento teve redução de 0,6% e as horas trabalhadas na produção caíram 3,2%. Já o emprego subiu 1,3%, a massa salarial cresceu 10,3% e o rendimento médio teve alta de 8,9%.
Ainda segundo o Index, a utilização da capacidade instalada na indústria mineira em dezembro foi de 79,3%, o que indica quedas de 3,4 p.p. em relação à média histórica (82,7%) e 3,2 p.p. ao apurado em novembro (82,5%).
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