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OSMG retoma série Sinfônica ao Meio-Dia

OSMG retoma série Sinfônica ao Meio-Dia
Crédito: Paulo Lacerda

 A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) dá início neste ano à série Sinfônica ao Meio-Dia hoje e amanhã no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Os concertos gratuitos serão divididos em duas partes. Na primeira, a OSMG irá executar Peer Gynt – Suíte nº 1, do compositor norueguês Edvard Grieg. Já em um segundo momento, as solistas Daiana Melo e Melina Peixoto se juntam aos instrumentistas na intepretação de grandes árias do repertório operístico. Os concertos serão conduzidos pelo maestro André Brant, regente-assistente da orquestra.

Peer Gynt é considerada a obra mais famosa de Grieg, um dos fundadores da escola de música nacionalista norueguesa. Originalmente composta para fazer parte de uma peça teatral, o autor extraiu algumas partes da obra integral e criou duas suítes com quatro movimentos cada, que frequentemente estão no repertório da maioria das orquestras do mundo. Já as árias de óperas que serão interpretadas fazem parte do cânone de grandes momentos do repertório erudito criado ao longo do século XIX. Integram a seleção quatro músicas, das óperas “La Rondine” e “Lucia di Lammermoor”, respectivamente dos italianos Giacomo Puccini (1858-1924) e Gaetano Donizetti (1797-1848), e das obras “Carmen” e “Lakmé”, dos franceses Georges Bizet (1838-1875) e Léo Delibes (1836-1891), respectivamente.

Peer Gynt foi escrita para acompanhar o drama em versos de mesmo nome do escritor norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). A obra estreou com grande aclamação em 1876, quando a peça foi encenada pela primeira vez, e permanece entre as composições mais populares de Grieg. O maestro André Brant ressalta que o amplo conhecimento que se tem da peça traz tanto desafios quanto vantagens. “A suíte é muito executada. Com certeza o público presente vai se identificar, principalmente com o primeiro movimento, cuja melodia a maioria das pessoas já deve ter escutado”, destaca.

Peer Gynt de Ibsen satiriza a cultura norueguesa por meio das façanhas do personagem-título, um camponês que impulsivamente sequestra uma noiva de seu casamento e depois a abandona para viajar pelo mundo em outras aventuras. A música de Grieg foi elogiada por seu lirismo e pela ampla gama de estilos e efeitos orquestrais usados para combinar com a variedade de viagens do protagonista. “Essa peça, além de outras, como Concerto para Piano, o tornaram mundialmente conhecido”, explica André Brant. “A sua importância se dá principalmente nesse período em que ele viveu, no século XIX e início do século XX, que foi uma época em que cada compositor de cada país estava buscando a sua identidade nacional. Isso aconteceu na Alemanha, na Itália, no Brasil um pouco mais tarde também, no início do século XX. E Grieg teve essa característica em sua obra. Ele propôs e procurou expor temas folclóricos da Noruega, e com uma obra muito vasta, além de ter atuado também como professor. Ele teve uma relevância muito grande no seu país, talvez parecida com a que Villa-Lobos teve aqui. A obra do compositor aos poucos foi sendo difundida e caiu no gosto do público, fazendo com que ele ainda seja um artista muito interpretado”, avalia.

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Após a intepretação da Peer Gynt – Suíte nº 1, a orquestra muda um pouco a direção e parte para a seleção de quatro árias de óperas que compõem a segunda parte do programa. Entretanto, segundo o maestro André Brant, os dois momentos do concerto estabelecem um diálogo entre si.

A ópera La Rondine estreou em 1917, em Mônaco. A história trata de uma mulher (a andorinha, ou rondine, do título) que desafia as convenções para perseguir um sonho de amor com um jovem sincero, embora ingênuo. A relação central se desenrola em locais coloridos de Paris e no sul da França, todos evocados com detalhes musicais, além da abundância de valsas e leveza de tom.

Já a ópera Carmen estreou em 1875, em Paris, e conta, em quatro atos, a história da altiva personagem-título e seu envolvimento com Don José. Inspirado no romance de Prosper Mérimée, a ópera se passa na Espanha. Bizet se esforçou para se familiarizar com os sons e formas musicais da região na qual o enredo se desenvolve e várias das porções mais conhecidas usam ritmos que ele aprendeu com esses estudos.

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