Economia

Superávit de empregos das MPEs recua 31% no Estado

Saldo positivo no Estado foi de 157.134 postos de trabalho no ano passado
Superávit de empregos das MPEs recua 31% no Estado
Costa destaca geração de empregos dos pequenos negócios | Crédito: Divulgação

As micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais geraram um saldo positivo de 157.134 novos postos de trabalho em 2022, representando uma queda de 31% frente ao superávit de 2021. Os pequenos negócios mineiros fecharam o ano com uma proporção de geração de empregos quase dez vezes maior que o das médias e grandes empresas (MGEs), que ficaram com um saldo positivo de 16.321 vagas, mostra o levantamento realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Novo Caged).

O assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, André Costa, ressalta que um dos motivos para esse decréscimo com relação ao ano anterior é pelo fato de que em 2021 a expectativa de crescimento econômico era maior, já que as vacinas estavam proporcionando um alívio na pandemia da Covid-19. “Em 2022, com o cenário da pandemia estável e a economia dando sinais tímidos de melhora, os donos de pequenos negócios ficaram menos confiantes e com maior receio de investimento, o que pode ter influenciado em uma menor contratação de mão de obra”, explica.

Ele também lembra que houve menor número de aberturas de micro e pequenas empresas em 2022 quando comparado com 2021, enquanto o número de fechamentos permaneceu estável e em alguns meses até cresceu.

O saldo positivo nos postos de trabalho é resultado de 1.452.902 admissões contra 1.295.768 desligamentos no Estado. Agosto foi o mês em que as MPEs registraram o maior número de contratações no ano, 137.838 profissionais, representando um acréscimo de 50,3% na comparação com o mês anterior. Já em março houve 117.518 desligamentos, o maior número de demissões em 2022, um aumento de 61,4% sobre o mês anterior.

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Costa afirma que o momento pós-pandemia impactou positivamente a geração de empregos no período, com destaque para os setores de serviços e comércio que puderam contribuir para a geração de emprego nas MPEs mineiras. “Apesar de o pico de novas contratações ter sido maior em 2021, a geração de empregos nos pequenos negócios no último ano foi retornando ao cenário que já era observado no período pré-pandemia”, destaca.

Os pequenos negócios do setor de serviços foram os que apresentaram a melhor performance na geração de empregos em Minas, com um saldo positivo de 78.012 vagas. Logo em seguida aparecem os setores de comércio (27.617); construção civil (25.278) e a indústria de transformação (19.813). “Estes são setores promissores que, conseguem se reerguer de maneira rápida após períodos de crise por possuírem maior versatilidade e uma estrutura menos complexa que as empresas de médio e grande porte nestes setores”, relata.

Entre as atividades, os destaques foram restaurantes e similares (6.996); serviços combinados de escritório e apoio administrativo (5.672), ramos do setor de serviços, e construção de edifícios, com um saldo de 5.377 novos postos de trabalho.

Por outro lado, o comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos de áudio e vídeo (-1.063) e confecção de roupas íntimas (-800) – dos setores de comércio e indústria de transformação, respectivamente – foram as atividades com os piores resultados no saldo de empregos gerados pelas MPEs mineiras no último ano.

Regiões e municípios

A região Central teve proporção de 39% de empregos nos pequenos negócios, gerando um saldo de 61.009 vagas. O Triângulo Mineiro e Sul vêm logo abaixo, com 17.975 e 15.789 novos postos, respectivamente. Por sua vez, o Centro-Oeste e Sudoeste fecharam com um saldo de 12.479 postos de trabalho em 2022.

Belo Horizonte, foi a cidade com o melhor desempenho entre os municípios mineiros, com um superávit de 29.001 vagas. A capital mineira registrou a maior quantidade de admissões (268.47) e também de demissões (239.473) no período.

Uberlândia (78.907), no Triângulo; Contagem (62.658), na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e Juiz de Fora (40.242), na Zona da Mata, foram os demais municípios que tiveram o maior número de contratações no Estado. Essas três também estão no topo da lista das cidades com mais demissões, depois da Capital; no caso de Uberlândia foram registrados 71.523 desligamentos; 56.613 em Contagem e 36.932 em Juiz de Fora.

Perfil

O levantamento também apontou que o perfil mais comum entre as admissões geradas pelos pequenos negócios em Minas Gerais no ano passado é de homens (57,6%), pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos e com ensino médio completo.

A ocupação com o maior número de contratações é a de vendedor de comércio varejista, com 123.361 admissões. Logo em seguida, aparecem servente de obras (76.366), auxiliar de escritório (60.108) e faxineiro (51.401).

Já o perfil dos profissionais demitidos no Estado é de mulheres (58%), pessoas com idades entre 18 e 24 anos; com ensino médio completo e pessoas da cor branca.

Entre as ocupações com mais funcionários desligados, as três primeiras do ranking são vendedores de comércio varejista, com 117.427 profissionais; servente de obras, com 65.404; e auxiliar de escritório, com 54.475 demissões registradas no período.

O salário médio de admissão pago pelas MPEs mineiras foi de R$ 1.615,37; coma uma diferença de R$ 18,97 frente ao salário médio de desligamento, que é de R$ 1.634,34.

Expectativas

O assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas revela que a tendência é que o mercado de trabalho continue favorável para as MPEs neste ano, apesar dos desafios. Costa lembra que algumas projeções apontam para uma desaceleração na economia mundial em 2023; além disso, as incertezas em relação à inflação deverão causar uma desaceleração do crescimento nos últimos trimestres deste ano, e por consequência, afetar a geração de emprego nos pequenos negócios.

“No entanto, os próximos meses que trazem datas importantes que podem aquecer o mercado de trabalho como Carnaval, Semana Santa e Páscoa dão uma boa perspectiva de curto prazo”, ressalta.

Costa ressaltaa que, apesar de serem as primeiras impactadas por crises na economia, pela falta de investimentos ou por ambientes pouco propícios, as micro e pequenas empresas são as que mais contratam.

Costa lembra que no último ano, os pequenos negócios foram responsáveis por 91% do saldo de novos postos de trabalhos formais no Estado. “Esse número comprova que, apesar das adversidades, os pequenos negócios formam a base da economia brasileira”, aponta.

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