Abertura de pequenos negócios registra queda de 7% em Minas

Com a baixa confiança dos empresários, fruto de incertezas econômicas e políticas, a abertura de pequenos negócios em Minas Gerais caiu 7% em 2022 se comparado a 2021. Ao todo, foram 391.402 formalizações no período, número favorecido pelo aquecimento do setor de serviços. Entre as modalidades, as microempresas (MEs) e os microempreendedores individuais (MEIs) registraram quedas de 3,7% e 8,2%, respectivamente. Já as empresas de pequeno porte (EPPs) tiveram um aumento de 10,19%.
Somente em dezembro do ano passado, foram criados 16.443 microempreendedores individuais, o que representa um recuo de 16,2% na comparação com o mesmo mês imediatamente anterior. No sentido contrário, foram abertas 4.875 microempresas e 743 empresas de pequeno porte – altas de 0,3% e de 13,6%, respectivamente.
O estudo foi realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), com base em dados do Ministério da Fazenda, da Receita Federal e da Secretaria de Estado de Planejamento de Minas Gerais. Ainda conforme o levantamento, o fechamento dos pequenos negócios no Estado subiu 14% no ano passado em relação ao exercício anterior. No total, foram 187.112 baixas no período.
A assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Bárbara Pimenta, explica que, em 2021, a expectativa de crescimento econômico era maior, visto que as vacinas proporcionaram um alívio na pandemia de Covid-19. Por outro lado, em 2022, com um cenário pandêmico já estável e a economia dando apenas sinais tímidos de melhoria, os potenciais empreendedores ficaram menos confiantes e com maior receio de investir.
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Ela destaca também dois possíveis fatores que influenciaram a queda na criação de pequenos negócios e no crescimento do fechamento das empresas. São eles: o aumento dos preços das commodities, em especial do petróleo, e a instabilidade entre demanda e oferta de matérias-primas e dificuldade nas cadeias produtivas.
“Isso pode ser explicado também pela deterioração do contexto econômico pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que causou transtornos em todos os níveis, desde as cadeias produtivas a variação cambial. Além dessas possibilidades, nós percebemos através do Iscon (Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios), a oscilação da confiança dos pequenos negócios aliado com a grande incerteza econômica que temos enfrentado, como o aumento do preço de alimentos, gás de cozinha, além da grande variação de preço nos combustíveis, energia elétrica e aluguéis”, esclarece.
Para este ano, a assistente do Sebrae Minas salienta que a expectativa é positiva. “A projeção para 2023 é de aquecimento dos pequenos negócios. Depois dos dois últimos anos que foram muito difíceis, onde os micro e pequenos empresários tiveram que se desdobrar e reinventar, este ano chega com boas perspectivas. Nos próximos meses teremos datas importantes que podem aquecer ainda mais a economia, como o Carnaval, a Semana Santa e a Páscoa”, avalia.
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