Economia

Confiança da indústria mineira volta a crescer

Setor retoma otimismo com melhora das expectativas para os próximos seis meses, conforme indicador calculado pela Fiemg
Confiança da indústria mineira volta a crescer
Após o cenário de incertezas com o novo governo, a indústria sinaliza recuperação da confiança neste mês | Crédito: EBC

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG) chegou a 51,3 pontos em fevereiro deste ano, alta de 1,3 ponto na comparação com janeiro (50 pontos). Com o incremento, o indicador calculado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) voltou a mostrar confiança dos industriais mineiros, ao ultrapassar a linha divisória dos 50 pontos.

O resultado foi fruto da melhora das expectativas para os próximos seis meses. A coordenadora de pesquisas da entidade, a economista Daniela Muniz, destaca que após um início de ano de grande incerteza com relação aos rumos do novo governo, a agenda econômica começou a ser definida, com o anúncio de algumas medidas fiscais pelo Ministério da Fazenda, o que trouxe reflexos positivos na confiança.

Daniela Muniz explica que, apesar do incremento do otimismo, isso não significa aumento dos postos de trabalho no curto prazo. “A melhora da confiança não tem efeito imediato no emprego. Antes de contratar, o empresário precisa ter certeza da necessidade de aumentar o quadro. Logo, utiliza diversas estratégias que ajudam a aumentar a produção, caso necessário, como utilizar hora extra e buscar o apoio de terceirizados”, observa.

Embora a confiança tenha aumentado na passagem de janeiro para fevereiro, o Icei foi cinco pontos inferior ao apurado em fevereiro de 2022 (56,3 pontos), sendo o menor para o mês em sete anos, e ficou 1,5 ponto abaixo da sua média histórica mensal (52,8 pontos).

O Icei resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente. Dessa forma, quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança.

A economista observa que o componente de condições atuais recuou 2,9 pontos frente janeiro (48,9 pontos) e chegou a 46 pontos em fevereiro.

“O resultado mostrou, pelo terceiro mês seguido, que os empresários perceberam piora na situação atual das economias do País e do Estado, assim como dos seus negócios”, diz. A redução do indicador veio em linha com a desaceleração do crescimento econômico, em um contexto de inflação e taxas de juros altos, tanto no Brasil como no exterior. Na comparação com o segundo mês de 2022 (48,8 pontos), o índice teve queda de 2,8 pontos, e foi o mais baixo para o mês em seis anos.

Já o componente de expectativas registrou aumento de 3,3 pontos frente a janeiro (50,6 pontos), atingindo 53,9 pontos em fevereiro. O indicador mostrou maior otimismo dos industriais para os próximos seis meses. Só que na comparação com fevereiro do ano passado, o indicador foi 6,1 pontos menor, quando chegou a 60 pontos. Foi o resultado mais baixo para o mês em sete anos.

Cenário nacional

No País, a confiança também melhorou. O Icei do Brasil teve incremento de dois pontos frente a janeiro (48,6 pontos) e marcou 50,6 pontos no segundo mês do ano, voltando a sinalizar confiança dos empresários.

O Icei é calculado pela gerência de Economia e Finanças Empresariais da Fiemg. O levantamento foi feito com 68 grandes empresas, sendo 62 médias e 64 pequenas empresas no período de 1º a 09 de fevereiro deste ano.

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