Economia

Busca de crédito empresarial sobe em MG

No Brasil, houve recuo de 0,2%, segundo levantamento realizado pela Serasa Experian; Minas teve alta de 2,8%
Busca de crédito empresarial sobe em MG
No caso de MG, além do agro, merece destaque o segmento de mineração na busca por crédito | Crédito: Sergio Moraes / REUTERS

Minas Gerais teve o maior crescimento na demanda das empresas por crédito na região Sudeste do País em 2022, segundo levantamento da Serasa Experian. A alta foi de 2,8%. Apenas o Rio de Janeiro teve resultado negativo na região, com queda de 1,5%. São Paulo contabilizou alta de 1,4% e Espírito Santo registrou variação positiva de 0,2%. Já o País apresentou queda de 0,2%. O Indicador de Demanda das Empresas por Crédito não indicava queda anual desde 2020, quando foi registrado recuo de 4,1%.

É a primeira vez na história que o indicador apresentou dados regionalizados por Unidades Federativas (UFs). A análise mostra que o Paraná foi o estado com a maior retração (-14,9%), Mato Grosso com o maior crescimento do período (5,4%) e Rondônia sem qualquer movimento (0%). 

O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, diz que, normalmente, a busca de crédito pelas empresas está mais ligada aos negócios em expansão. “A demanda por crédito avança com a atividade produtiva”, observa. Ele explica que, de forma geral, estados ou regiões do País com forte cadeia exportadora, em especial do agronegócio, acabam impactando a procura do crédito pelas empresas. No caso de Minas Gerais, além do agronegócio, merece destaque o segmento de mineração. “Isso já vem acontecendo há algum tempo”, frisa.

Em 2022, ele explica que a alta dos juros e o maior grau de incerteza na economia afastaram as médias e grandes empresas do crédito. Apenas as micro e pequenas empresas mantiveram estável o seu nível de demanda por crédito em 2022 com relação ao ano anterior. 

Rabi ressalta que, quando a Selic aumenta, o crédito fica mais caro e isso significa que a rentabilidade dos negócios fica prejudicada comparativamente à rentabilidade da taxa Selic. “Se tem um empresário que pretende desengavetar um projeto de investimento ou ampliação, mas a taxa de retorno é inferior à Selic do momento, ele engaveta”, diz.

Ainda conforme o levantamento, na análise por porte no País, a queda mais acentuada foi na demanda por crédito das médias empresas (-8,1%), seguida pelas grandes, com recuo de 4,9%. As pequenas fecharam sem nenhuma movimentação de retração ou crescimento. Já na visão por setores, todos – exceto serviços –  terminaram 2022 em declínio.

Rabi afirma que, com a Selic alta, a tendência é de queda na busca de crédito pelas empresas em 2023 frente ao ano passado. E há ainda o impacto das incertezas e indefinições econômicas do novo governo. “Agora, esses reflexos são sentidos de forma diferentes por cada região ou estado, pois cada lugar tem suas particularidades”, diz.

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