IPCA-15 tem alta de 0,80% em fevereiro na RMBH

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou elevação de 0,80% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice para a região foi o quarto maior resultado mensal entre as onze áreas analisadas pelo instituto.
A inflação de fevereiro foi menor que a verificada em janeiro na RMBH, quando foi registrado incremento de 0,92%. No ano, o índice acumulou alta de 1,73% na região. Em 12 meses, a variação é de 4,58% na RMBH, terceiro menor resultado entre as áreas de abrangência do levantamento.
Para o conselheiro efetivo do Conselho Regional de Economia – 10ª Região – Minas Gerais (Corecon-MG), Wallace Pereira, o resultado do IPCA-15 está acima do esperado, mas não surpreende. “A tendência é que a pressão inflacionária continue e isso coloca desafios para a atual política de juros do Banco Central”, diz.
De acordo com ele, a expectativa é que a inflação se mantenha em níveis mais elevados. O economista ressalta que as mudanças climáticas, com temporadas de secas e enchentes, devem afetar negativamente a oferta de alimentos, contribuindo para o aumento nos preços. Além disso, a possível reoneração dos combustíveis, prevista para março, e os efeitos indiretos da guerra da Ucrânia devem contribuir para que a inflação não caia.
Grupos
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, todos os nove grupos apresentaram alta no segundo mês de 2023, sendo o percentual mais elevado o da educação, com incremento de 5,40%, seguido por habitação (1,10%) e comunicação (1,03%).
O grupo saúde e cuidados pessoais contabilizou incremento de 0,70% e transportes alta de 0,50%. Na categoria de despesas pessoais o aumento foi de 0,48%. O movimento de alta também aconteceu com artigos de residência, com elevação de 0,32%, bem como com alimentação e bebidas (0,24%) e vestuário (0,09%).
A alta no grupo de educação (5,40%) impactou o índice geral de fevereiro em 0,28 ponto percentual (p.p.). Os destaques foram para os aumentos na pré-escola (10,27%), no ensino médio (10,06%), no ensino fundamental (10,02%) e no ensino superior (5,00%).
No grupo habitação (1,10%), a taxa de água e esgoto teve um aumento de 8,28%, provocando o maior impacto positivo no índice (0,13 p.p.). Na categoria comunicação (1,03%), o desempenho foi influenciado principalmente pela alta do aparelho telefônico (2,28%).
Em transportes (0,50%), os destaques foram para o emplacamento e licença (2,98%), que incorporou a fração mensal referente ao IPVA de 2023, o conserto de automóvel (1,87%), o automóvel novo (1,32%) e o automóvel usado (0,86%).No lado das quedas, se destacam o transporte por aplicativo (-9,95%) e as passagens aéreas (-9,35%).
O resultado de alimentação e bebidas (0,24%) foi fruto principalmente do aumento da cenoura (45,34%), das hortaliças e verduras (12,65%), do leite longa vida (6,03%) e das frutas (4,23%). Entre os recuos se destacaram a cebola (-26,04%), o tomate (-15,13%), a batata-inglesa (-5,24%) e as carnes (-1,32%).
O IPCA-15 contempla as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
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