Dia do Agronegócio merece destaque

Benjamin Salles Duarte*

O agronegócio brasileiro é um dinâmico e complexo sistema envolvendo insumos diversos, produção, processamento e transformação, distribuição, consumo, e serviços prestados às culturas e criações durante os 365 dias do ano num território de 851,6 milhões de hectares.

E mais, o conceito de agronegócio foi formulado em 1957 pelos cientistas norte-americanos John Davis e Ray Goldberg, ambos da Universidade de Harvard (EUA); visão de produto agropecuário, que seria fomento agrícola, parao de sistemas interligados ou resumindo didaticamente, antes da porteira da fazenda, dentro dela, e nos caminhos da comercialização por vias internas e externas.

Há séculos houve a domesticação dos rebanhos bovinos, entre outros, e presume-se que há 12 anos a prática da agricultura nas civilizações mais antigas mudou as relações do homem, e da sociedade, com os recursos naturais nas convergências; água, solo, fauna e flora presentes na evolução dos conhecimentos e boas práticas no campo.

Além disso, foram internalizadas novas habilidade manuais pela notável experiência do erro e do acerto, e chegando-se ao século XXI nos cenários da automação nas culturas e criações, biotecnologias, nanotecnologias, plataformas digitais, biodefensivos, drones, aviação agrícola, controles de qualidade, embalagens inteligentes, certificações de origem, máquinas e equipamentos agrícolas de última geração, entre dezenas de outros insumos resultantes do empenho de milhares e milhares de pesquisadores e cientistas atuantes no agronegócio, e bases da difusão de inovações nos cenários rurais do Brasil!

Embora não exista um evento simples num processo de milhares de variáveis intervenientes na natureza, que afetam os sistemas produtivos, é fato concreto e mensurável que sem água e alimentos não haveria vida no planeta Terra. Embora e apesar das singularidades e gravidades de cada cenário, tem-se como regra geral que o corpo humano não pode ficar três dias sem água; e suportando, no máximo, 50 dias sem alimentos!

O crescimento da população, mundial e brasileira, implica numa série de desafios e exigências econômicas, sociais e ambientais decorrentes também da crescente pressão de demanda sobre os recursos naturais, finitos. A população mundial passou de 1,67 bilhão de habitantes em 1900 para 8,0 bilhões em 2022 ou mais 379,04% (ONU).

No Brasil, de 17,43 milhões de habitantes em 1900 para estimativa de 207,75 milhões em 2022 ou um crescimento populacional de 1.091% (IBGE). O caso de Minas Gerais também pode ser emblemático, e tomando-se apenas o exemplo de Belo Horizonte, mais recente; de 346,25 mil habitantes em 1950 para a estimativa de 2,39 milhões em 2022, mais 589,71% (IBGE).

Entre 2015 e 2022, o agronegócio brasileiro exportou US$ 847,1 bilhões, com superávit de US$ 732,7 bilhões numa pauta diversificada de carnes (bovinos, suínos e frangos) grãos, frutas, produtos florestais, e dezenas de outras ofertas anuais das culturas e criações. A produtividade da agricultura brasileira cresceu 400% nos últimos 45 anos. Os investimentos em pesquisa e boas práticas sustentáveis adotadas em milhares de estabelecimentos agropecuários, desde 2000, permitiram o Brasil liderar a produtividade agropecuária entre os 187 países pesquisados. Em 2021, o PIB do agro brasileiro foi de R$ 2,56 trilhões (Usda/Mapa).

A rede brasileira de supermercados movimentou R$ 611,1 bilhões em 2021, através de 92,5 mil lojas, sendo que estimativamente 55% são devidos às vendas de alimentos in natura e processados E mais, reunindo 3,1 milhões de colaboradores diretos e indiretos, e acessada diariamente por 28 milhões de brasileiros (Abras).

Os processos de comunicação visando às realidades rurais, sinérgicas, exigem ser aperfeiçoados numa perspectiva de tempo, pois a informação oportuna, confiável e suficiente será a base da tomada de decisão de todos os agentes envolvidos com o agronegócio brasileiro nas dimensões socioeconômicas e ambientais; 25 de fevereiro é o “Dia do Agronegócio.”

*Engenheiro agrônomo