Vestuário é o setor que mais sofre com mercado ilegal em todo Brasil

Ilegalidade é a palavra que mais traduz o gigantesco mercado de falsificação de produtos no Brasil. Semanalmente, milhares de itens falsos são produzidos em grandes volumes e distribuídos em contrabando para os estados brasileiros. Esta realidade tem impactado uma das mais importantes cadeias produtivas do País, o setor de vestuário.
Uma pesquisa realizada pelo Fórum Nacional Contra a Ilegalidade (FNCP), apurou que o prejuízo é bilionário. Somente em 2022 no Brasil, as perdas com esse crime somaram R$ 84 bilhões ao setor. Esse valor representa uma fatia de 20,49% dos R$ 410 bilhões em prejuízos gerais, que incluem também a ilegalidade em outros 13 setores industriais.
Nos últimos oito anos, os prejuízos causados pelo mercado ilegal quadruplicaram, já que em 2014, o prejuízo era de R$100 bilhões. Além do vestuário, o setor de bebidas alcoólicas também se destaca com R$ 72,2 bilhões de prejuízo. Na sequência, aparecem o setor de combustíveis com R$ 29 bilhões; cosméticos e higiene pessoal com R$ 21 bilhões e defensivos agrícolas com R$ 20,8 bilhões.
Já os serviços chamados de “gato net”, que são aparelhos pirateados para retransmissão de sinais de TV por assinatura, gera R$ 12,1 bilhões de perdas ao mercado legalizado. No fim da lista, está o mercado de cigarros, com R$ 10,5 bilhões.
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Segundo o presidente do FNCP, Edson Vismona, a ilegalidade pode ser ainda maior. A estimativa dos impostos que não foram arrecadados, por exemplo, se baseia no percentual tributário de 46%, mas há produtos, como o cigarro, em que o imposto no Brasil pode chegar a 90%, dependendo do estado.
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“As perdas não são apenas econômicas, são de competitividade da indústria nacional, uma vez que, ao não pagar impostos, o ilegal fica mais barato, provocando uma concorrência desleal e corrosiva, prejudicando a geração de empregos formais e renda para o brasileiro. Além disso, esses prejuízos afetam diretamente a população mais vulnerável do País, uma vez que inviabiliza a criação de novos postos de trabalho e o investimento em áreas prioritárias, como educação e habitação, por parte do governo”, alerta.
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