Pesquisas de indústria, comércio e serviços serão atualizadas pelo IBGE

O IBGE divulgará, entre o final de março e a primeira quinzena de abril, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Brasil e Regional, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) para o mês de janeiro com novas séries históricas. As pesquisas passaram por atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar mudanças econômicas da sociedade.
As séries históricas anteriores serão encadeadas com as novas, para formar séries temporais longas e consistentes. “Toda mudança de atualização com uma nova amostra, estrutura de ponderadores e um outro conjunto de produtos e de empresas provoca uma ruptura com as séries históricas. O encadeamento é um método estatístico cujo objetivo é conseguir vincular os dados da base antiga com os dados da nova base e assim dar continuidade às séries longas das pesquisas”, explica o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli.
Ele acrescenta que, de tempos em tempos, é necessário atualizar o período base para adotar pesos que melhor reflitam as condições atuais para que se possa acompanhar a conjuntura com mais proximidade da realidade, produzindo indicadores de melhor qualidade.
Na PMS, o quantitativo da amostra definitiva contempla 11.124 empresas, enquanto na PMC a amostra final soma 5.653 empresas. Na PIM, a amostra contará com 8.596 empresas e 12.500 unidades produtivas locais.
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No caso da PIM, a amostra contará com 8.596 empresas e 12.500 unidades locais, ante 6.100 e 7.800 do modelo anterior, respectivamente, enquanto a quantidade de produtos pesquisados passará de 944 para 1.042 itens, sendo 789 para Brasil e mais 253 selecionados em função da relevância regional. As seleções das amostras, nacional e regional, são independentes. Alguns produtos não selecionados para o Brasil podem ser escolhidos para alguma unidade da federação ou região. Por esse motivo, o conjunto de produtos que fazem parte do índice nacional é inferior ao do total pesquisado.
Além do aumento de 944 para 1.042 produtos, houve ainda mudança de pesos e participação. Há produtos que saíram da cesta, como máquinas de costura, antenas, maionese, gravador ou reprodutor de sinais, goma de mascar, jornais impressos sob encomenda, discos fonográficos. Outros foram incluídos porque ganharam participação: desde refrescos, sucos e néctares de frutas prontos para consumo, peixes congelados e água de coco a aparelhos de GPS e robôs industriais.
“Os indicadores são os mesmos: número-índice e taxas de variação mês contra mês imediatamente anterior; mês contra mesmo mês do ano anterior; acumulado do ano, e acumulado dos últimos 12 meses. Em termos de metodologia, continua sendo o índice Laspeyres de base fixa”, completa o coordenador de pesquisas conjunturais. Ele observa que as atualizações são necessárias por causa das mudanças de padrões de consumo, da evolução da tecnologia de produção, da estrutura da economia ao longo do tempo e do desenvolvimento evolutivo aplicado no processo de produção dos indicadores conjunturais.
Novas atividades passam a compor a Pesquisa de Serviços e atacarejos integram a Pesquisa Mensal do Comércio
Na PMS, há atividades que ganham participação, como as de empresas de delivery, de aplicativos de transporte, streaming de música e de filmes e armazenamento em nuvem. Se não atualizamos essas cestas e esses pesos, perdemos relevância dos indicadores, que passam a ser produzidos em bases defasadas”, exemplifica Magheli.
Em relação às outras duas conjunturais, a amostra 2022 da PMS foi composta, inicialmente, por 13.305 empresas, e a da PMC por 6.773 selecionadas em outubro de 2019. A coleta de dados dessa amostra começou em fevereiro de 2020, e o planejamento inicial era fazer de 2020 o ano-base. Entretanto, em função dos efeitos causados pela pandemia, houve alteração das metas e dos prazos. A amostra definitiva da PMS contempla 11.124 e a da PMC soma 5.653 empresas.
Na PMC, há uma alteração de âmbito da pesquisa para incluir as atividades de atacado especializadas em alimentos, os chamados atacarejos. Até então não eram investigadas as receitas dos supermercados classificados como comércio atacadista, e uma parte importante de vendas nesse segmento não era identificada.
“É uma mudança importante, porque são empresas que ganharam força durante a pandemia e ao incluí-las na pesquisa passamos a ter um retrato mais aprimorado da atividade de varejo e atacado de alimentos. Isso está relacionado às mudanças de consumo porque, em um ambiente de inflação e de queda da renda, as famílias passaram a consumir ou aumentar o volume de consumo nessas empresas classificadas como atacado”, destaca Magheli.
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