Agronegócio

Inseminação artificial de bovinos recua 9%

Aumento é de 67% nos últimos quatro anos
Inseminação artificial de bovinos recua 9%
Fator que favorece aumento da IA é o custo, que está entre os menores gastos na pecuária | Crédito: Gabriel Muniz

Principal forma de acelerar o melhoramento genético dos rebanhos bovinos, a inseminação artificial (IA) já é bastante adotada no Brasil e em Minas Gerais. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), em 2022 foi registrada queda de 9% na inseminação, o que é considerado como uma acomodação do mercado diante do crescimento expressivo registrado nos anos anteriores. Na série, de 2018 a 2022, o uso da IA cresceu 67% no País.

De acordo com o executivo da Asbia, Cristiano Botelho, de maneira geral, o mercado da inseminação artificial cresceu 67% nos últimos quatro anos. Analisando  as vendas do mercado interno de 2017 a 2021, a alta foi de 110%.

“Considerando as médias dos últimos anos, podemos considerar que a queda de 2022 frente 2021 é uma acomodação do mercado. O ano passado foi de desafios com custos de produção elevados e menor poder aquisitivo da população. A gente não acredita que o produtor tenha deixado de usar a inseminação porque ele entende que a IA é imprescindível para o sucesso do seu negócio”.

Ainda segundo Botelho, a única maneira de promover o melhoramento real do rebanho é através das técnicas de reprodução. “A IA acelera essa melhoria genética, capilariza e democratiza a genética. Não importa se o pecuarista tem 15 ou 15 mil matrizes, a IA é para todos os portes de produtor”.

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Com a IA promovendo o melhoramento genético, há ganhos em velocidade. “A cada ano, se o rebanho está melhorando, a próxima geração será melhor que a anterior. Com isso, rapidamente o produtor consegue utilizar o aporte genético dos touros mais novos lançados no mercado”.

Além do ganho em velocidade no melhoramento genético,  esse avanço traz melhorias nas produtividades, seja de carne ou de leite. Com o mesmo rebanho é possível  produzir mais no mesmo espaço, com menor custo e valor agregado. 

“Tudo isso faz com que a produção seja mais sustentável e é o que o mundo busca. A melhoria genética torna a atividade economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta com critérios da sustentabildiade”.

A venda de menos doses em 2022 também pode ser justificada pelo uso maior de sêmen estocado nas fazendas. Para a Asbia, a tendência é de crescimento do ritmo da IA nos próximos anos por causa de todas as vantagens.

“O que importa é a tendência de crescimento da inseminação artificial no País. Acreditamos na utilização da genética estocada nas fazendas e não em redução do uso da técnica, comprovada pelo aumento na comercialização de botijões acima de 20 litros – para armazenagem de grandes quantidades de sêmen. O uso da inseminação é sólido. Em 2023, certamente acompanharemos a retomada do volume”, diz Botelho.

Outro fator que favorece o aumento da inseminação é o custo e a inseminação está entre os menores gastos na atividade pecuária. Botelho explicou que o uso da técnica não representa 2% dos custos, além de ser o único insumo que permanece, já que o efeito residual continua nas próximas gerações.

“Se o pecuarista deixa de usar a inseminação, ele arrisca a fazer um ‘pioramento’ genético”.

O Index Asbia 2022 mostra que foram inseminadas 82 milhões de fêmeas (21% do total) no ano passado, sendo 63,9 milhões de corte (24% do rebanho) e 18,1 milhões de leite (11% do rebanho).

Em Minas Gerais, em 2022, de um rebanho de 3,88 milhões de matrizes de leite e 5 milhões de matrizes de corte – o que soma 8,88 milhões de cabeças – 19,16% deste rebanho total foi inseminado. 

Na produção leiteira, foram utilizadas 610.490 doses, ou seja, retração de 7,91%. O percentual de matrizes leiteiras inseminadas é de 15,7%.

Na pecuária de corte, as doses somaram 1,09 milhão em Minas, volume que caiu 11,2% frente ao ano anterior. Das matrizes voltadas para a produção de carne, 21,08% foram inseminadas. 

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