Economia

Setor de transporte defende “diesel verde”

Setor de transporte defende “diesel verde”
Crédito: REUTERS/Jamil Bittar

Rio de Janeiro – Representantes das indústrias de combustíveis, de transportes e montadoras de veículos e máquinas defenderam ontem (9) que o uso do biodiesel precisa ser revisado no País, ao mesmo tempo em que consideram que este biocombustível traz problemas para motores e é menos eficiente em relação ao chamado “diesel verde”.

Entidades como a Federação Brasilcom, de distribuidoras de combustíveis, Abimaq, Anfavea e Fenabrave, além de entidades de transportes como a CNT e a NTC, afirmaram ainda que produtores de biodiesel atuam para garantir reserva de mercado contra a concorrência de biocombustíveis mais modernos, antes de uma reunião sobre a definição de uma nova mistura no diesel.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) terá sua primeira reunião no novo governo no próximo dia 17 e há uma expectativa da indústria de biodiesel de que possa ser discutido o teor de mistura de biodiesel no diesel, com validade a partir de abril.

“O biodiesel produzido hoje aqui é o de base éster. A característica química gera problemas como borra, com alto teor poluidor”, afirmou o comunicado. Produtores de biodiesel têm repudiado posições como a externada na nota, afirmando que há testes que garantem a qualidade do biodiesel e que há consenso de que o uso do biocombustível reduz a poluição atmosférica.

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A nota de associações de transportes, veículos e combustíveis atinge ainda a indústria de soja, já que mais de 65% da produção de biodiesel no Brasil em 2022 foi feita a partir de óleo de soja. Mas as associações avaliam que há alternativas, usando a mesma matéria-prima.“Com a mesma soja e demais biomassas que se faz o biodiesel de base éster é possível fazer o diesel verde (HVO) – este, sim, sustentável e funcional”, disse a nota.

 O presidente da FPBio, deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), ecoou também em nota a posição de entidades de produtores de biodiesel como Abiove, Aprobio e Ubrabio, ressaltando que o esperado aumento na mistura do biodiesel só será possível porque um grande volume de estudos científicos foram conduzidos pelo governo brasileiro e com participação da iniciativa privada, comprovando que “o biodiesel nacional é de altíssima qualidade”.

Segundo produtores de biodiesel, a crítica ao biocombustível está muito mais relacionada a fatores como o Sobre novas rotas tecnológicas, como o “diesel verde”, essas associações afirmaram em manifesto ontem (9) que não veem qualquer restrição, desde que respeitem as definições da ANP.

“O setor está aberto a novos entrantes e tecnologias para a produção de biodiesel (éster) e também apoia o fomento e a entrada de novas rotas tecnológicas de biocombustíveis e produtos que venham a deslocar o consumo de diesel fóssil por biocombustíveis com melhores características ambientais, como é o caso do diesel verde (HVO).”

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