Mercado financeiro estima déficit primário de R$ 99 bilhões neste ano

São Paulo – O mercado financeiro melhorou sua projeção para o resultado primário deste ano e piorou a expectativa de rombo para o ano seguinte, ao mesmo tempo em que reduziu seus prognósticos para a dívida bruta do governo em 2023 e 2024.
As estimativas foram incluídas no relatório Prisma Fiscal referente a março, que capta projeções de agentes do mercado para as contas públicas, divulgado ontem pelo Ministério da Fazenda.
A mediana das expectativas para o resultado primário do governo central em 2023 ficou em déficit de R$ 99,01 bilhões, ante saldo negativo de R$ 109,64 bilhões projetado no mês anterior.
Para 2024, no entanto, os prognósticos de resultado primário foram revisados a rombo de R$ 98,33 bilhões, contra déficit de R$ 96,15 bilhões estimado em fevereiro.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Essas alterações vieram em meio a fortes expectativas do mercado pela apresentação do novo desenho de arcabouço fiscal do Brasil, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve mostrar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana.
Muitos participantes do mercado têm dado o benefício da dúvida ao plano fiscal do governo, mas alguns temem que o novo arcabouço não consiga compensar a forte pressão de Lula por gastos que estimulem o crescimento econômico.
Houve revisão para cima nas estimativas de receita para 2023 no Prisma de março, a R$ 1,92 trilhão, contra R$ 1,91 trilhão previstos antes. As despesas também foram ajustadas para cima, a R$ 2,02 trilhões, de R$ 2,01 trilhões em fevereiro.
Para o ano que vem, as receitas líquidas foram projetadas em R$ 2,05 trilhões no mais recente Prisma, contra R$ 2,03 trilhões antes. A previsão para os gastos do ano que vem, por sua vez, subiu a R$ 2,14 trilhões, ante R$ 2,13 trilhões.
Os analistas consultados pela pasta reduziram a previsão para a dívida bruta do governo geral em 2023 para 77,60% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 78,30% na pesquisa de fevereiro. Para 2024, a estimativa está em 80,52%, contra 80,71% na pesquisa anterior.
Ouça a rádio de Minas