Economia

Americanas é suspensa do Instituto Ethos voltado para práticas de boa governança

Americanas é suspensa do Instituto Ethos voltado para práticas de boa governança
Uma das maiores varejistas do País pediu recuperação judicial em janeiro | Crédito: Alessandro Carvalho

São Paulo – A Americanas, uma das maiores varejistas do País, que entrou em recuperação judicial em 19 de janeiro, está suspensa do Instituto Ethos, voltado à disseminação dos conceitos de boas práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG) no meio empresarial.

A varejista havia se associado ao Ethos em 2017. É a 13ª companhia a ser suspensa nos 25 anos de história do instituto, depois que veio à tona o escândalo contábil de R$ 20 bilhões nos seus balanços financeiros. A empresa foi notificada da suspensão nesta terça-feira (14). Procurada, a Americanas não respondeu até a publicação do texto.

O Ethos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), que conta com 460 grandes e médias companhias associadas, como Petrobras, Alcoa, Santander, Natura, Magazine Luiza, TIM e JBS. No rito da organização, a Americanas fica suspensa por seis meses, período em que pode apresentar suas justificativas para continuar integrando o instituto.

O conselho do Ehtos se reúne ao final deste período para avaliar as informações prestadas pela companhia. A partir daí, decide pela reintegração da varejista ao grupo ou sua expulsão.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


“Já tivemos outros casos de suspensão e até de expulsão de empresas, envolvendo episódios de corrupção, trabalho análogo à escravidão, trabalho infantil e crime ambiental”, disse à Folha o presidente do Ethos, Caio Magri.

De acordo com ele, depois que o caso veio à tona – em 11 de janeiro -, o executivo Sergio Rial apresentou em fato relevante sua renúncia ao comando da Americanas, alegando a descoberta de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões e o instituto procurou a empresa para que ela se justificasse. “Nós solicitamos esclarecimentos sobre as ‘inconsistências contábeis’, mas não tivemos explicações convincentes até agora”, disse Magri. “Na verdade, a empresa foi muito sucinta nas suas respostas, o que acabou levando à suspensão da companhia”, completou.

A Americanas pertencia ao Novo Mercado da B3, criado para reunir as empresas com as melhores práticas de governança corporativa. Desde 20 de janeiro, porém, a varejista foi excluída de 14 índices da B3, entre eles o Ibovespa e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). (Daniele Madureira)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas