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Minas Gerais ganha novo destino turístico

Iniciativa pretende fomentar a atividade e a geração de emprego e renda no Norte do Estado e Vale do Jequitinhonha
Minas Gerais ganha novo destino turístico
Crédito: Divulgação

Mais um destino turístico surge entre as belezas naturais e culturais do Vale do Jequitinhonha e o Norte de Minas: o circuito Cordilheira do Espinhaço. Estabelecido sobre a única cordilheira do Brasil, o destino reúne as cidades de Grão Mogol, Itacambira, Turmalina, Cristália e Botumirim.

A parceria com o Sebrae Minas, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) e o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço faz surgir uma nova instância de governança e começa a capacitar os atores da cadeia produtiva.

O projeto inclui ações relacionadas à infraestrutura, promoção e articulação, como: projeto de sinalização integrado dos atrativos, divulgação e fortalecimento da marca do destino, criação de site próprio, redes sociais e um guia turístico digital, formação de um consórcio intermunicipal, captação de recurso públicos e busca de novas parcerias, além da realização de eventos para promoção do destino.

Segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas, Leônidas Oliveira, o ecoturismo proposto como carro-chefe para a região, que está alinhado com a grande tendência das viagens contemporâneas, potencializa os atrativos da Serra do Espinhaço na perspectiva econômica e também de preservação do meio ambiente.

“Quando colocamos as pessoas em rotas em contato com a natureza, em uma beleza cênica como a da paisagem cultural da Serra do Espinhaço, nós preparamos para o mercado um grande produto conectado com a grande tendência que é estar ao ar livre”, explica Oliveira.

O ecoturismo proposto como carro-chefe para a região vai potencializar os atrativos da Serra do Espinhaço | crédito: Geisy Faria

De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, entre as iniciativas que serão realizadas estão a capacitação de pequenos negócios que atuam ao longo do destino. Entre as ações, a qualificação do atendimento de prestadores de serviços, como agências de receptivos e os guias turísticos locais, além de consultorias e atendimento gerencial aos hotéis, pousadas, restaurantes, artesãos e demais empreendimentos que compõem a cadeia do turismo da região.

“Estaremos lado a lado com o poder público e a iniciativa privada promovendo ações para conectar os pequenos negócios ao mercado e impulsionar o desenvolvimento econômico e social da região. Todo trabalho será voltado para tornar o destino referência em turismo de natureza no Brasil”, garante Silva.

Entre as principais necessidades relatadas pelos prefeitos  está melhorar o acesso às cidades. As condições das estradas deterioradas após o período de chuva geram grande preocupação. Do outro lado, o governo do Estado promete agir com rapidez. 

“Entre as principais demandas está a conexão, tanto a terrestre – o governo prevê a recuperação de 10 mil quilômetros nos próximos quatro anos – e o aéreo – para qualificá-lo, começamos um movimento e já temos voos para Montes Claros (Norte de Minas) e Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), que são regiões próximas e facilitam o acesso”, destaca o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas.

Única cordilheira do País, a Serra do Espinhaço integrará a lista dos principais destinos mineiros em turismo de natureza | Crédito: Divulgação / Artistas Turmalina

Para o coordenador do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, Miguel Ângelo de Andrade, a iniciativa ajuda a preservar a Cordilheira, porém a área ainda é pequena e precisa avançar.

“Nos anos 2000, um conjunto de instituições assumiu o compromisso de ser uma reserva para além de estar em uma reserva. Esse movimento cresceu. Aqui temos uma nova oportunidade. Temos cinco municípios assumindo o compromisso de uma identidade territorial, ou melhor, identidade cultural para o desenvolvimento e da conservação, mas o Espinhaço tem 172. Faltam 167 cidades e é totalmente possível se a gente inaugurar este movimento entre governos, lideranças, universidades, para que isso seja, de fato, um programa. E que a gente consiga extrapolar os limites desse sonho, então mais do que estar no Espinhaço é ser o Espinhaço”, conclama Andrade.

O prefeito de Grão Mogol, Diego Fagundes destaca a importância do trabalho conjunto das prefeituras e das parcerias estabelecidas.

“É preciso dizer que o turismo em cidade pequena, se não for trabalhado de forma integrada, não dá certo. Em Grão Mogol temos uma das dez igrejas imperdíveis de Minas Gerais, segundo o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais). Também temos o maior presépio a céu aberto do mundo. Temos uma gastronomia rica, agora produzimos vinho Merlot. Tudo isso acontece no Norte de Minas. Nós sabemos que isso pode atrair turistas, mas não é fácil. A solução é trabalhar de forma integrada. Estamos todos imbuídos do mesmo sentimento, da mesma vontade não só de destacar o turismo no norte de Minas, mas também de gerar emprego e renda, que é uma grande demanda de todos nós prefeitos de cidades pequenas”, analisa Fagundes.

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