Economia

Infraero pede que empresas deixem o Aeroporto Carlos Prates

Aeródromo na capital mineira precisa ser entregue dia 1º de abril, e os débitos deverão estar quitados até a data
Infraero pede que empresas deixem o Aeroporto Carlos Prates
Exploração da Infraero sobre o terreno termina dia 1º de abril | Crédito: Alisson J. Silva/ Arquivo do Diário do Comércio

Com a proximidade da data de encerramento das operações no Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste da Capital, a Infraero enviou, nesta segunda-feira, uma notificação às concessionárias instaladas no espaço para que deixem o local. Em formato de ofício, a administradora informou as empresas de que a rescisão contratual requer que o terreno seja liberado até o próximo dia 31 de março.

O documento ainda pontua que as empresas devem retirar os seus pertences administrativos e equipamentos de grande porte da área. Segundo o contrato, a entrega do terreno se dará no dia 1º de abril, quando a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) assume a responsabilidade do espaço. No entanto, a PBH ainda aguarda da União a resposta sobre um pedido de doação do terreno enviado há seis dias.

Segundo a Infraero, os bens que não forem retirados em tempo da entrega serão considerados abandonados. A posse dos bens deixados no terreno serão de direito da concedente, “podendo delas dispor na forma da lei”. Já os débitos que constarem abertos até a data do fechamento do modal precisarão ser regularizados em tempo hábil, para não serem abertos processos judiciais.

As negociações para resolução da destinação do aeroporto na Capital começaram em janeiro, com a posse do atual governo federal. O prefeito Fuad Noman participou de agendas com o ministro das Relações Institucionais nos últimos dias e esteve em Brasília para agradecer políticos sobre a decisão. Dentre os nomes que articularam o encerramento das atividades no aeroporto está o prefeito de Belo Horizonte; o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França; e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

Leia mais: Voa Prates articula reunião com entes em busca de saída para empresas de aeródromo

Engenharia Aeroespacial da UFMG emite manifesto contra fechamento

O curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) emitiu, também nesta segunda-feira, um manifesto público contra o encerramento das atividades do Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte. Em documento enviado à imprensa, a coordenação do curso afirma que o modal aéreo, há 80 anos, desempenha papel vital no desenvolvimento tecnológico e educacional.

Assinado pelo coordenador Ricardo Poley Martins Ferreira, o documento ressalta que o aeroporto é a casa de várias escolas de aviação. “Cerca de mil aviadores são formados todos os anos. Mais de 85 mil pilotos se formaram naquele lugar ao longo de sua história”, diz o texto.

Em nome do curso da UFMG, o docente declara que o empreendimento é também o principal laboratório prático da escola de engenharia aeroespacial da Universidade Federal de Minas Gerais. “Através do aeroporto, a UFMG pode oferecer aos seus alunos uma maior proximidade com o mercado aeronáutico e com a vivência da aviação”, afirma.

Ricardo Ferreira também elenca que, no Aeroporto Carlos Prates, operam 17 diferentes companhias aéreas, entre elas está a maior certificadora aeronáutica do Brasil, duas oficinas de manutenção de aeronaves, 22 hangares de apoio aeronáutico e os Escoteiros do Ar. “Há ainda suas cinco escolas de formação de aeronautas, que compõem o segundo maior polo de formação de pilotos do Brasil, além de abrigar também o Aeroclube do Estado de Minas Gerais”, acrescenta.

*Informações atualizadas às 18h56 de 21/03/2023.

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