Economia

Queda nas vendas de aço alcança 5,4% em fevereiro

Incertezas econômicas, consumo fraco e menor número de dias impactaram desempenho do setor no País
Queda nas vendas de aço alcança 5,4% em fevereiro
Para março, expectativa é de que vendas de aço cresçam 16% | Crédito: Arquivo/Diário do Comércio

Em fevereiro, a conjuntura interna – marcada pelas incertezas econômicas e consumo fraco – combinada com o número menor de dias impactaram o desempenho das distribuidoras de aço. A queda nas vendas do setor chegou a 5,4% frente a janeiro, com a comercialização de 294,5 mil toneladas. Na comparação com fevereiro de 2022, a retração ficou em 2,1%. As estimativas do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) é que as vendas em março cresçam 16% sobre fevereiro. 

De acordo com o diretor executivo do Inda, Carlos Loureiro, apesar das vendas menores em fevereiro, as empresas registram alta de 1,1% nas negociações do primeiro bimestre, somando 605,07 mil toneladas. A previsão é manter esse crescimento de 1% no ano.  

“Provavelmente, nós devemos fechar o ano com as vendas crescendo ao redor de 1%. O mercado está, realmente, andando de lado, não está crescendo”.

Com as vendas menores em fevereiro, o setor também comprou menos. As compras chegaram a 279 mil toneladas e ficaram 12,8% inferiores frente a janeiro e caíram 5,1% se comparadas com igual mês de 2022.

No fechamento do primeiro bimestre, as compras do setor somam 598,8 mil toneladas de aço, volume que está apenas 0,4% maior que o registrado em igual intervalo de 2022.

Em fevereiro, com as vendas superando as compras, o estoque das distribuidoras registrou queda de 1,9% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 810,2 mil toneladas contra 825,7 mil. O giro de estoque fechou em 2,8 meses.

“De certa maneira, o setor de distribuição está segurando, um pouco, as compras e adquirindo um volume menor que as vendas. Com isso, os estoques em termos absolutos caíram. O giro de 2,8 meses é baixo em relação à média histórica”, disse Loureiro.

Para março de 2023, segundo Loureiro, a expectativa da rede associada é de que as vendas tenham uma alta de 16% em relação ao mês de fevereiro, que tradicionalmente é mais fraco por ter menos dias úteis. Já as compras devem avançar um pouco menos que as vendas. 

Apesar da estimativa ser de crescimento, o setor segue atento ao mercado, que continua com demanda fraca, resultado da conjuntura econômica ainda desfavorável.

“Se olharmos hoje, são várias as indústrias automobilísticas dando férias por problemas de produção, excesso de estoque. Embora elas projetem um crescimento de 4% anual, no momento estão paradas por falta de vendas. Temos alguns setores que estão indo bem como energia eólica e fotovoltaica, por exemplo. As máquinas agrícolas estão razoáveis, mas já tiveram muito melhor do que estão hoje. Então, o consumo, realmente, está derrapando”.

Loureiro explica ainda que todas as atuais discussões sobre o arcabouço fiscal e as taxas de juros causam inquietude no mercado, prejudicando as negociações. 

“Toda hora que você traz uma certa inquietude para o mercado, há uma certa acomodação nas decisões econômicas tanto de compra como de investimento. Então, toda essa discussão na área econômica está sendo muito negativa para o mercado consumidor e, principalmente, para o mercado de aço”.

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