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Mar a Mar aposta na demanda por mergulho em BH

Com 40 anos de mercado, a Mar a Mar se propõe a fazer do esporte um mote para um estilo de vida mais saudável
Mar a Mar aposta na demanda por mergulho em BH
A Mar Mar já realizou mais de 800 viagens com roteiros de mergulho | Crédito: Divulgação

A juventude talvez ajude a explicar o ímpeto, mas são o planejamento e a austeridade na gestão que levaram uma escola de mergulho no mar sediada em Belo Horizonte ao sucesso. A história da Mar a Mar se mistura com a da empresária Paula Loque.

Apaixonada pelos oceanos, ela conduz a escola há quase 40 anos e enfrentou desconfianças e crises econômicas para criar um modelo de negócios vencedor em um estado que sequer tem litoral.

Por isso a série Mineiridade abre, hoje, espaço para a Mar a Mar, uma escola que se propõe a fazer do mergulho um mote para um estilo de vida mais saudável para seus alunos.

“Talvez ter tomado a iniciativa de viver disso muito cedo, aos 22 anos, quando entrei como sócia, tenha sido uma coisa boa. A minha primeira motivação foi a paixão pela atividade. Como eu já era mergulhadora e tinha que passar pela logística de ir para o mar – ir à rodoviária, carregar as bolsas de mergulho que são enormes, enfrentar as baldeações – quis criar algo que facilitasse tudo isso. Quando veio a oportunidade de comprar a empresa, a primeira decisão foi facilitar a logística. Começamos a viajar em vans pequenas. À medida que as pessoas foram se acostumando a esse serviço, agregamos valor ao serviço”, relembra Paula Loque.

Sediada no bairro Funcionários, mas de mudança para o São Bento (ambos na região Centro-Sul), em abril, nos últimos 20 anos a Mar a Mar realizou mais de 800 viagens, sendo 80 internacionais, promovendo mais de 20 mil embarques e formou mais de 15 mil alunos.

“Pouco a pouco percebemos que as pessoas respondiam bem a isso. Começaram outras viagens, depois passamos a fazer via aéreo. E sempre focamos na qualidade do turismo. A oferta do serviço precisava ser diferenciada. A maior parte do mercado ainda oferecia tudo muito barato e rústico. Além disso, nos primeiros 10 anos tudo o que ganhávamos era reinvestido no negócio”, pontua.

Com terapia e duas viagens de mergulho voltei a ter gás para continuar, disse Paula Loque | Crédito: João Cláudio Porto

Oito anos depois a Mar a Mar mudava de sede pela primeira vez para abrigar o número crescente de alunos. A decisão de se mudar mais uma vez, dessa vez para o São Bento, aconteceu em 2019, mas a pandemia, que chegou ao Brasil em março de 2020, impôs o maior desafio da história da companhia.

O novo espaço vai aumentar a capacidade de atendimento em 30% e oferecer mais conforto e comodidade aos frequentadores e colaboradores. O investimento total estimado é de R$ 3,5 milhões. O lugar é arborizado e ganhou uma área de convivência com mesas e cadeiras. O projeto da piscina, que consumiu R$ 700 mil, é o xodó da empresária. Construída para cima do nível da rua, a piscina terá um “janelão”, permitindo que os visitantes observem os alunos debaixo d’água.

“No início da pandemia ficamos seis meses sem faturar nada. Foram embora o capital de giro e o equilíbrio emocional. Confesso que, em algum momento, pensei em parar. Mas eu nunca me vi aposentada. Com um pouco de terapia e duas viagens de mergulho eu voltei a ter gás para continuar”.

Os cursos da Mar a Mar são divididos entre iniciantes; especialidades – como apneia indoor e fotos subaquáticas, por exemplo; e profissionalizantes, como resgate e instrução, entre outros. Todos incluem viagens para o litoral a fim de transformar o treinamento em prática. A escola recebe alunos de todo o Brasil, principalmente do interior de Minas e de São Paulo.

Os treinamentos profissionalizantes garantem, inclusive, a sustentabilidade da própria escola, formando mão de obra qualificada para a expansão. Sempre de olho em inovações, a empresária não está satisfeita com a nova sede. O objetivo é tornar a escola um ponto de encontro para diferentes turmas, não apenas de alunos.

“Na NRF (maior feira de varejo do mundo, realizada nos Estados Unidos) do ano passado, só se falava no digital, no metaverso. Nesse ano veio o “encarar o básico”. Para nós que gostamos do contato com a natureza isso é muito importante. O pessoal quer estar em contato, interagir. O futuro é tentar levar para as pessoas uma opção de lazer. Teremos os batismos de piscina, que é o mergulho indoor”, anuncia a diretora da Mar a Mar.

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