Economia

Preço do aluguel residencial em BH sobe acima da média do País

Além disso, o valor de venda avançou 0,68% em fevereiro, de acordo com o Índice FipeZap+, divulgado ontem
Preço do aluguel residencial em BH sobe acima da média do País
O preço médio por metro quadrado de apartamentos para venda em Belo Horizonte chegou a R$ 7.706, com alta de 0,68% em fevereiro | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

Os aluguéis residenciais em Belo Horizonte ficaram, em média, 2,39% mais caros em fevereiro. É o que aponta o Índice FipeZAP+, levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o portal ZAP+. Conforme a pesquisa, o preço médio da locação por metro quadrado (m²) na Capital chegou a R$ 32,50 no período.

A variação mensal do índice na cidade foi acima da apurada no cenário nacional, cujo aumento foi de 1,61%. Também foi superior aos principais indicadores da economia brasileira, visto que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,84% e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), uma queda de 0,06%.

O economista do DataZAP+, Pedro Tenório, afirma que a aceleração do valor médio dos aluguéis dos imóveis residenciais foi surpreendente, visto que os últimos dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) apontaram arrefecimento da atividade econômica do País. Esse fator, segundo ele, costuma ter impacto nos preços, o que, na prática, não ocorreu.

“Para os próximos meses, porém, a expectativa é que o esfriamento da atividade econômica chegue ao mercado de trabalho, o que deve desacelerar o aumento do aluguel residencial. De qualquer forma, não se vislumbra queda de preço ainda neste ano, olhando para a média nacional, mas é possível que em algumas cidades, haja recuos pontuais dos preços de locação”, avalia.

Com o resultado de fevereiro, o valor médio da locação em Belo Horizonte acumulou uma alta de 3,54%. Quando considerado os últimos 12 meses, o encarecimento foi de 21,73%.

Preço para venda também sobe

O Índice FipeZAP+ mostra ainda que houve uma valorização dos imóveis residenciais à venda na Capital no segundo mês de 2023. De acordo com o levantamento, os apartamentos de Belo Horizonte ficaram, em média, 0,68% mais caros no período. Sendo assim, o preço médio por metro quadrado na cidade chegou a R$ 7.706. A variação também foi maior que a do Brasil, cuja alta foi de 0,38%, e superior ao IGP-M, entretanto, esteve abaixo do IPCA.

Com a aceleração de fevereiro, o valor médio de venda de imóveis residenciais no município acumulou avanços de 0,88% no bimestre e 7,09% nos últimos 12 meses.

Pedro Tenório ressalta que, neste início de ano, observa-se uma tendência de estabilização dos preços. Ele explica que, de um lado, existe a pressão da inflação alta, que permite a continuidade dos valores em um certo patamar. E de outro, há as taxas de juros elevadas, que não deixam os preços dos imóveis subirem ainda mais.

O economista afirma que a expectativa para esses primeiros meses do ano é que o mercado perca força, justamente pela alta taxa de juros, além do mercado de trabalho, que deve desacelerar, após ter um bom desempenho. Ressalta, porém, que ainda é cedo para dizer como 2023 vai terminar, uma vez que a taxa de juros e a inflação podem vir a sofrer alterações tanto para cima quanto para baixo e impactar o cenário do setor no Brasil.

Ele ainda complementa que todas essas forças vão atuar sobre a Capital, mas que, no entanto, não significa que essas perspectivas vão se concretizar. Isso porque outros fatores podem agir sobre a dinâmica imobiliária do município e influenciar nos preços para venda e locação.

“As cidades exibem dinâmicas próprias provenientes do seu mercado de trabalho e também da própria organização urbana. Por exemplo, em Belo Horizonte há um Plano Diretor que tem sido bastante debatido desde 2019. O resultado que o FipeZAP+ mostrará será reflexo dele em conjunto com os fatores macros, mercado de trabalho local e outras variáveis locais que podem surgir”, salienta.

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