Agronegócio

Pimenta eleva faturamento em 800%

Produtor de Corinto, na região Central de Minas Gerais, prioriza espécies mais raras de pimenta e de alto valor agregado
Pimenta eleva faturamento em 800%
Na fazenda em Corinto são plantadas várias espécies de pimenta | Crédito: Paula Fabiane/Faemg Senar

A diversificação dos itens produzidos e a capacitação gerencial foram importantes para a expansão e o sucesso dos negócios do produtor rural Emerson José Rafael de Almeida. Desde 2021, na fazenda Santa Helena, em Corinto, região Central de Minas Gerais, a produção de pimentas foi diversificada, priorizando espécies mais raras, de maior valor agregado e que têm mercado com alta demanda.

Além da venda das pimentas in natura, também foi instalada uma agroindústria que permite o processamento das pimentas e a fabricação de temperos. Todas as mudanças permitiram que o faturamento na unidade crescesse 800% em menos de um ano.  

De acordo com Almeida, todo o avanço no cultivo das pimentas aconteceu após o ingressar no programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Olericultura) do Sistema Faemg Senar. Com as orientações e organização dos negócios, o produtor rural passou a investir na diversificação das pimentas, plantando espécies como a Jalapeño e a Carolina Reaper.

“Antes eu plantava somente a pimenta malagueta e vendia para produtores de linguiça. Com a orientação técnica e gerencial, resolvi diversificar e deu muito certo. Passei a plantar também essas duas pimentas que são mais raras no mercado e têm valor muito superior à malagueta. São pimentas que quase ninguém consegue produzir. No caso da Reaper, normalmente, ela fica com 2 centímetros, mas consegui produzir com quase 5 centímetros”, comemora o produtor. 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Emerson Almeida e a mãe, Celmira Almeida, na plantação | Crédito: Paula Fabiane/Faemg Senar

Para agregar ainda mais valor à produção, Almeida também investiu em uma pequena agroindústria e passou a fabricar temperos com as pimentas produzidas. A produção é vendida em mercados locais e para uma distribuidora, que coloca os temperos nas maiores redes supermercadistas de Belo Horizonte, como por exemplo, o Supermercados BH.

Com a dedicação e investimentos, em oito meses houve um grande salto na receita da unidade produtiva, que passou de uma média de R$ 2 mil mensais para R$ 18 mil ao mês, ou seja, aumento de 800%. O cultivo das pimentas dobrou, saindo do patamar de 2.200 para 5.500 pés na propriedade. A tendência é de crescimento. 

A ampliação das espécies de pimenta que plantei foi muito importante e ajudou a alavancar os negócios. Vou continuar investindo na diversificação usando pimentas raras e que têm grande aceitação no mercado. Estou com sementes da espécie pérola negra e pretendo fazer o plantio dela também”, adiantou. 

Além da diversificação das pimentas, foram implantadas na unidade produtiva práticas sustentáveis, que além de preservarem o meio ambiente, ajudam a utilizar melhor os recursos e a ter maior eficiência.

“Mudamos toda a nossa irrigação para o sistema de gotejamento, o que ajudou a reduzir o volume de água utilizado e os custos. Com um manejo mais aprimorado, conseguimos reduzir a praticamente zero o uso de produtos químicos, gerando uma pimenta bem mais natural. Também implementamos várias técnicas de conservação do solo”, explicou. 

Na Fazenda Santa Helena, produtor criou também agroindústria e beneficia próprios produtos | Crédito: Paula Fabiane/Faemg Senar

De acordo com a técnica de Olericultura do Senar em Corinto, Paula Fabiane Alonso, o trabalho desenvolvido na propriedade de Almeida está completando dois anos e foi desenvolvido em duas frentes. Além de buscar a autossuficiência na produção de matéria-prima através da gestão da atividade de plantio de pimenta e alho, o produtor também queria auxílio no novo empreendimento, que é o beneficiamento e comercialização da produção de forma a agregar valor. 

“Fiquei muito feliz quando ele me propôs a questão da autossuficiência produtiva para que ele pudesse beneficiar sem depender da aquisição de matéria-prima de outros produtores. Isso é interessante porque um dos grandes problemas no campo é o escoamento da produção, a comercialização. Com a iniciativa, ele resolveu isso beneficiando a própria produção”, explica a técnica.

Ainda segundo Paula, quando o produtor rural consegue chegar a este nível dele próprio beneficiar a produção, ele abre fronteiras.

“O produto ganha o céu, fica sem limite já que não tem mais perecidade da produção e consegue agregar maior valor. É um mundo completamente diferente. O Emerson conseguiu isso. Anteriormente,  ele vendia a pimenta in natura para fábricas de linguiça e, agora, ele viu a diferença no valor agregado. O que ele vendia a R$ 30, passou a ser comercializado a R$ 150”. 

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas