Motelaria mineira se destaca em investimentos em energia limpa

O setor de motéis em Minas tem investido cada vez mais na construção de unidades geradoras de energia solar fotovoltaica. De acordo com a Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis), atualmente, cerca de 20% das operações moteleiras no Estado já implantaram ou estão em fase de implantação das usinas de energia limpa. A estimativa é de que, até 2028, 40% do setor mineiro já tenha feito a mudança.
O diretor da associação em Minas Gerais, Novely Filho, conta que o interesse dos empresários mineiros em apostar na economia de energia tem partido de uma dor do setor. “Ao contrário do mercado hoteleiro, em que não há (estruturas de) telhados, os motéis são empreendimentos horizontais e requerem um volume muito maior de investimentos, ao mesmo tempo que a energia é um custo pesado para nós. O investimento que fazemos agora é com foco em melhorar o desempenho moteleiro sustentável para o futuro”, projeta.
Segundo o especialista, desde 2019, redes mineiras passaram a adotar a energia alternativa ao sistema convencional e ainda abriram caminho para novos investimentos. Operações como as marcas Dubai, Fly, Snob, Stilo e Status, todas na Grande BH, de acordo com ele, foram as pioneiras no Estado na instalação de placas fotovoltaicas.
Outras duas regiões do Estado onde mais se concentram instalações e consumo de energia renovável são o Triângulo Mineiro e o Norte de Minas.
“Minas, hoje, é líder no País em volume de instalações de sistemas solares fotovoltaicos. Numa comparação com a cidade de São Paulo, por exemplo, onde a incidência de sol é menor que em Belo Horizonte, o retorno é mais longo. Ou seja, o mesmo investimento que se faz em BH gera menos energia em São Paulo”, analisa Novely Filho. “Desta forma, aqui se concentram mais instalações que na capital paulista, e o retorno que em São Paulo leva entre sete e oitos anos, em Belo Horizonte é entre quatro e cinco anos”.
Economia pode chegar a 95% na conta de luz dos motéis
Pelo potencial garantidor de maior economia com gastos de energia elétrica, a energia solar é uma tendência para todos os empreendimentos mineiros. Os motéis são importantes investidores deste mercado, pois, em sua maioria, funcionam 24 horas por dia, produzindo alto consumo.
“A economia que podemos ter é de até 95% na conta de energia. O interessante também é que o setor pode contar com linhas de financiamento para realizar as instalações das plantas solares. E, pelo financiamento, as parcelas acabam ficando com o custo abaixo do valor que se paga em energia elétrica. Portanto, é vantajoso”, comenta o diretor da ABMotéis em Minas.
Subsídios precisam ser diminuídos para fomentar investidores
Presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk afirma que a entrada dos motéis como investidoras no consumo de energia fotovoltaica corrobora para que o Brasil se torne potência sustentável.
“É preciso inverter a lógica das políticas energéticas historicamente implementadas no território nacional. É preciso diminuir subsídios, incentivos e desonerações às fontes fósseis e aumentar o apoio às fontes limpas e renováveis. É nesta direção que o mundo caminha e é isso que a sociedade brasileira e a comunidade internacional esperam de nossos líderes”, aponta Ronaldo.
“O Brasil, assim como Minas Gerais em destaque, possui um dos melhores recursos solares do planeta, e, com boas políticas públicas, poderemos nos tornar em pouco tempo uma liderança solar internacional”, sugere.
Em Minas Gerais, especificamente, a previsão é de que se tenha um significativo aumento de 1,8 gigawatts (GW) na capacidade instalada de geração para 2023. Atualmente, a potência total operada pelas grandes usinas solares em Minas é de 1,9 GW, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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