Economia

CMBH define rito para sustar os contratos de concessão do transporte coletivo

Apontando indícios de irregularidades, vereadores podem anular a concessão de ônibus em Belo Horizonte
CMBH define rito para sustar os contratos de concessão do transporte coletivo
Presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo, vem denunciando problemas nos contratos de ônibus na capital mineira | Crédito: Karoline Barreto/CMBH

A Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços definiu, ontem, o rito relativo ao processamento da representação do Ministério Público de Contas do Estado encaminhada à Câmara Municipal de Belo Horizonte para sustação dos contratos de concessão do transporte coletivo.

De acordo com a CMBH, há fortes e variados indícios de que a Concorrência Pública nº 131/2008 teria sido fictícia, sem disputa verdadeira entre os concorrentes e, portanto, nula. Conforme previsão regimental e da Lei Orgânica, após analisar documentos, solicitar informações, ouvir as empresas concessionárias e a Prefeitura, a Comissão de Mobilidade recomendará, se for o caso, providências ao Poder Executivo. Se este não agir para anular a contratação, o colegiado apresentará projeto de resolução com esta finalidade, a ser votado em Plenário.

O rito processual foi estabelecido pelo presidente da comissão, vereador Braulio Lara (Novo). Ele recebeu autorização do presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), para que o procedimento seja instaurado, com embasamento legal da Lei Orgânica do Município e do Regimento Interno da Casa, que preveem as atribuições e o funcionamento das comissões, assim como a sua competência de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo.

“Sabemos da missão concedida a esta comissão e faremos o trabalho da melhor forma, dentro da legalidade e respeitando o contraditório e a ampla defesa”, ressaltou Lara.

Em ofício à comissão, Gabriel fala sobre a gravidade do que suscita o relatório do MPC, somado aos fatos apontados em ação civil pública ajuizada pela Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo do Ministério Público de Minas Gerais acerca das irregularidades que envolveram a contratação das empresas de ônibus em vigor. Ele defendeu um “serviço efetivo e eficaz” de transporte público, “com preço justo”.

“Autorizo esta comissão a ter a coragem que o prefeito não tem para jogar no lixo o contrato do transporte coletivo e fazer uma licitação decente, que respeite o cidadão, de modo a não mais fazê-lo refém dos empresários de ônibus”, afirmou o presidente da Câmara.

Subsídios

Em coletiva no início deste mês, apresentou uma série de sugestões para a liberação de recursos de aproximadamente
R$ 500 milhões para as concessionárias. O valor está previsto no projeto de lei (PL) do Executivo Municipal que solicita autorização do Legislativo para liberar subsídio, com o objetivo de evitar o reajuste de 53% nas passagens de ônibus solicitado pelas empresas do setor.

Entre as medidas apresentadas pelo presidente da Casa estão tarifa zero para vilas e favelas, passe livre-estudantil integral, vale-transporte da saúde e auxílio transporte social. (Com informações da CMBH)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas