Capital recebe o Cordel do Fogo Encantado

O grupo Cordel do Fogo Encantado, formado pelos artistas José Paes de Lira – Lirinha (vocal), Clayton Barros (violão), Emerson Calado, Nego Henrique e Rafael Almeida (voz e percussão) apresenta o show “Água do Tempo”, amanhã, às 21h, no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro)
O show resgata a trajetória criativa da banda e celebra as principais referências no teatro e na poesia cantada, recursos tão marcantes na biografia do grupo. A apresentação conta com a participação de Gabi da Pele Preta. Os ingressos custam de R$ 30 (meia) a R$ 120 e estão à venda pelo link https //bit.ly/3ZGvkG5.
“Água do Tempo” conta com a formação original da banda, que por meio da poesia de Lira, da força do violão de Clayton, da referência rock de Emerson e do peso da levada dos tambores dos ogãs Rafa e Nego Henrique, passou a percorrer o País, conquistando a todos com suas apresentações únicas e antológicas, surpreendendo não somente pela ousada mistura sonora, mas também pela intensidade cênica de seus integrantes e os requintes de um projeto de iluminação e cenário.
Evocando as palavras “água” (principal imagem representativa do grupo) e “tempo” (que traduz o movimento da vida e da construção artística), o Cordel do Fogo Encantado decanta sua própria história no novo show. Para Lirinha, a apresentação é um mergulho na história da banda. “Estamos revivendo os nossos primeiros fundamentos artísticos ligados à poesia e ao teatro, a base do nosso trabalho”, lembra.
“Somos todos ligados pela água e pelo tempo. É com esse conceito de vitalidade, fertilidade, renascimento, transformação, florescimento, memória e testemunho que o Cordel do Fogo Encantado apresenta essa turnê. Convocando a sua ancestralidade, a sabedoria dos seus mestres, as suas músicas e poesias mais populares, e as novas ideias, desafios e conquistas”, sublima Nego Henrique.
No palco, além de revisitar sua história, a banda também apresenta releituras dos clássicos da banda e de outros artistas, como a canção “Cio da Terra”, de Milton Nascimento. O show também é marcado pelo projeto de iluminação e cenografia, trabalhado pela banda ao longo dos seus projetos cênicos. As luzes são acompanhadas por projeções de palavras extraídas de poemas, cenas e imagens que fizeram parte das montagens anteriores do grupo.
O Cordel do Fogo Encantado foi fundado no ano de 1997, em Arcoverde, sertão de Pernambuco. Surgiu como um grupo cênico-musical, compartilhando o teatro e a poesia oral e escrita dos cantadores e ritmos afro-indígenas da região.
Em 2001, com a produção musical de Naná Vasconcelos, o grupo lançou seu primeiro álbum: “Cordel do Fogo Encantado”. A evolução artística ampliou ainda mais o alcance do som da banda que, atuando de forma independente, por onde passava, ganhava mais público e atenção da mídia.
Em 2003, o grupo lançou seu segundo registro de estúdio: “O Palhaço do Circo Sem Futuro”, coproduzido pelos próprios integrantes e por Buguinha Dub e Ricardo Bolognine. O álbum foi considerado pela crítica especializada um dos mais inventivos trabalhos musicais produzidos nos últimos anos. Em turnê, seu show ganhou projeção internacional, com apresentações na Bélgica, Alemanha, França e Portugal.
No cinema a banda participou do filme de Cacá Diegues – “Deus é Brasileiro – e do documentário “O Homem que Engarrafava Nuvens”, de Lírio Ferreira. Em fevereiro de 2010, após 13 anos de trabalho ininterrupto, a banda anunciou a paralisação de suas atividades. No início de 2017, o Cordel do Fogo Encantado volta a se reunir para a criação de um novo disco e turnê.
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