Vendas na Páscoa caíram para 37,7% dos comerciantes

A maioria dos comerciantes mineiros do ramo alimentício (92,5%) realizou algum tipo de ação durante a Páscoa neste ano. Dentre eles, 37,7% consideraram que as vendas de Páscoa em 2023 foram piores que no mesmo período do ano passado. É o que revela o balanço de vendas realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG).
Apesar dessa alta taxa de empresários com resultados inferiores aos do ano passado, 52,2% dos entrevistados relataram vendas iguais (27%) ou melhores (25,2%) que na Páscoa do ano anterior.
Para o economista da Fecomércio-MG, Stefan D’Amato, essa piora relatada por 37,7% dos comerciantes pode estar relacionada a fatores como a mudança de governo, a queda nas vendas no primeiro trimestre, a crise econômica e a maior cautela dos consumidores devido ao endividamento das famílias. “Esses fatores podem ser o reflexo da queda do poder de compra dos consumidores, fazendo com que reduzissem seus gastos, o que, por sua vez, impactou negativamente nas vendas”, aponta.
Na visão de D’Amato, o fato de a maioria das empresas terem realizado ações relacionadas à Páscoa indica que elas já estavam preparadas para esta data e buscaram atrair consumidores por meio de estratégias de marketing e promoções.
O economista acredita que a Páscoa é uma data positiva para a maioria das empresas do segmento alimentício e que os resultados inesperados para alguns comerciantes podem indicar outros fatores. “A competição no mercado pode ter sido acirrada, indicando que algumas empresas precisam de estratégias mais eficazes para vender mais e contornar os efeitos da alta de juros e inflação”, explica.
Ele ainda destaca que em um cenário de mercado desafiador como o atual, investir em estratégias de marketing e promoções pode ser crucial para impulsionar as vendas. “É por meio dessas ações que se torna possível conquistar novos clientes e fidelizar os antigos, além de garantir um bom desempenho de vendas”, afirma.
D’Amato cita como exemplos de estratégias, as promoções e descontos, as campanhas criativas, a presença nas mídias sociais, o e-commerce, a personalização do atendimento, as opções de pagamento flexíveis e a ampliação da diversidade de produtos e serviços. “O uso dessas técnicas pode contribuir significativamente para aumentar a competitividade e garantir o sucesso das vendas”, assegura.
Durante a realização da pesquisa, a maioria dos empreendedores (60%) que relatou uma melhoria nas vendas de Páscoa disse que o impacto percentual médio da data foi de até 30% no comércio. Já entre aqueles entrevistados com resultados piores que no ano passado, 51,6% responderam que o impacto foi de 10,1% a 50%.
Expectativas x Resultados
Entre os empresários entrevistados que relataram resultados piores que no exercício passado, 33,3% revelaram que esperavam por números melhores nas vendas de Páscoa deste ano contra 31,7% que já apresentavam uma visão mais pessimista para essa data. Já 21,7% dos entrevistados afirmaram que esperavam repetir o desempenho do ano passado. Além disso, 5% acreditavam que a data não afetaria seus negócios.
Enquanto isso, 37,5% dos comerciantes que observaram resultados melhores neste ano, já esperavam por vendas maiores nesta Páscoa e 22,5% por resultados iguais aos do ano passado. Outros 22,5% disseram que suas expectativas eram de vendas piores nesta Páscoa. Com isso, a pesquisa mostra que para boa parte desses empresários, as vendas de Páscoa em 2023 foram consideradas uma boa surpresa.
O levantamento revela ainda que para 59,2% das empresas do ramo alimentício em Minas as vendas nesta Páscoa atenderam suas expectativas. Enquanto outros 34,7% relataram não ter alcançado suas expectativas.
O economista da Fecomércio-MG conta que os resultados desse balanço de vendas de Páscoa indicam um cenário de otimismo em comparação ao ano anterior. Para ele, a expectativa de melhora pode ser justificada por esse otimismo dos empresários, aliado ao aquecimento do comércio e ao abrandamento da pandemia.
Porém, D’Amato alerta que a queda nas promoções e liquidações aponta para uma dificuldade enfrentada pelos empresários na recomposição de estoque, o que pode limitar as vendas. Mesmo assim, os resultados apresentados estavam dentro do esperado pela Fecomércio-MG.
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